Aliança com China e Rússia e influência na resistência árabe fazem com que país seja peça-chave no cenário político global.
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Foi confirmada, nesta segunda-feira (20), a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero nas montanhas da província do Azerbaijão Oriental. O ministro das Relações Exteriores, Hosein Amir-Abdolahian, e duas outras autoridades iranianas também morreram no final de semana.
Para entender os efeitos desta fatalidade na política mundial, o programa TVGGN 20H contou com a participação do cientista político Pedro Costa Júnior.
O Irã tem como principal aliada econômica a China. E tem a Rússia como maior aliada política, para quem fornece equipamentos militares, armas e drones usados na Guerra na Ucrânia.
Assim, o Irã entrou no grupo dos Brics este ano, apesar de ser considerado um estado pária pelos Estados Unidos. “China e Rússia estão proclamando uma nova governança global, uma Nova Ordem Mundial e o Irã é uma peça questão para todas essas questões”, analisa o convidado.
Cenário global
Já no cenário externo, o Irã é a peça-chave para a construção da Nova Ordem Mundial, liderada pela China e pela Rússia.
Dois fatores explicam a importância do país. Além da relação estratégica com grandes potências, o Irã é a “cabeça” do chamado eixo da resistência. Raisi foi o presidente que mais apoiou a causa palestina publicamente.
Composta pelo Hamas, Hezbollah, Síria e outros grupos árabes anti Estados Unidos, a resistência recebe é organizada e financiada pelo Irã, considerado o cérebro do movimento.
Acidente
“O Irã não acusa ninguém nesse atentado. A notícia oficial é de que se trata de um helicóptero velho, com mais de 50 anos, que padecia de manutenções”, ressaltou o cientista político.
Costa Jr. acrescenta que Raisi era um discípulo e provável sucessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã desde 1989. O presidente também foi descrito como rigoroso em relação às regras morais, relacionadas às regras religiosas do Irã, especialmente em relação à vestimenta e ao comportamento das mulheres.
Após a tragédia, quem assume é o vice-presidente Mohammad Mokhber. Em 50 dias, o país terá novas eleições. “De maneira geral, não vai ter muitas mudanças, pois o regime controla e a direção está dada. As relações interiores estão mantidas”, contina Pedro Costa Jr.
Confira a análise completa de Pedro Costa Jr. na TVGGN:
CAMILA BEZERRA ” JORNAL GGN” ( BRASIL)