A GRANDE TACADA DE ALEXANDRE SILVEIRA NO SETOR ELÉTRICO

Pedro França – Agência Senado

Silveira diz para o Lula o que o presidente gosta de ouvir, mas trabalha a portas fechadas segundo sua própria agenda e de seus negócios.

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Quando o Ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, anunciou a possível perda de concessão da Enel, houve quem pensasse no aparecimento de um novo campeão dos direitos do consumidor.

Ledo engano! Silveira é apenas um agente dos interesses de Jorge Paulo Lemann e associados – entre os quais o grupo Equatorial, que assumiu a Cemar (Centrais Elétricas do Maranhão), em uma operação mal explicada ainda no governo Lula 2.

Na quinta-feira passada, a Equatorial assinou com o governo federal, “o maior contrato do Programa Luz Para Todos no país, que será executado no Pará e vai beneficiar cerca de 280 mil pessoas que ainda não têm energia elétrica, até 2025. Serão investidos 2,6 bilhões no Estado, para realizar quase 70 mil ligações convencionais e remotas, em 55 municípios, ao longo do período”, como consta em seu site.

O encontro ocorreu na Ilha do Marajó, e controu com a presença de Alexandre Silveira e de executivos da Equatorial. Diz o portal: “Por meio do Programa Luz Para Todos (PLPT), a Equatorial Pará vai executar o maior número de ligações e extensão de rede desde a entrada do Grupo Equatorial no estado, com cerca de 70 mil ligações no período de 2024 a 2025”.

Silveira diz para o Lula o que o presidente gosta de ouvir, mas trabalha a portas fechadas segundo sua própria agenda e de seus negócios.

Após a privatização da Eletrobrás ficou definido que a gestão do Programa Luz para Todos deveria ficar a cargo da ENBPar a holding estatal que foi criada para assumir essa função além do controle de Itaipu, Eletronuclear e INB.

Obviamente a ENBPar não seria a executora dos investimentos, mas seria ela que faria o repasse às concessionárias, fiscalizaria o andamento das obras e ficaria com o dinheiro que remunera os custos de gestão do Programa.

Mas ao invés de assinar com a ENBPar esse contrato de R$ 2,6 bilhões, com a empresa pública controlada pela União, Silveira, que se vende como defensor do interesse público na Petrobras, decidiu dar esse presente para a Equatorial, cujos controladores dormem na mesma cama daqueles que hoje dão as cartas na Eletrobrás.

E fez isso por conta própria. A informação é que ninguém na Casa Civil foi informado e a assinatura do contrato que normalmente deveria ter sido objeto de evento público no Palácio do Planalto foi celebrado longe de lá sem a presença do Presidente da República.

Rui Costa não fez absolutamente nada para mandar cancelar esse absurdo.

O Lula precisa aproveitar o cavalo selado que está passando na porta do Planalto para começar sua reforma Ministerial, que deveria começar pelas Minas e Energia e pela própria Casa Civil, desaparelhada até para identificar grandes negociatas.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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