“Hitler não queria exterminar os judeus, queria expulsar os judeus”, disse Netanyahu em congresso sionista mundial
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sofreu uma onda de críticas em 2015 após ter feito uma declaração que foi interpretada como revisionismo histórico e uma “passada de pano” para Adolf Hitler.
Netanyahu – que hoje nega que sua guerra em Gaza seja comparável ao Holocausto – disse que Hitler “só queria expulsar os judeus da Alemanha”, e não massacrar o povo judeu. Na versão deturpada de Netanyahu, foi um líder muçulmano e ex-presidente do povo palestino em Gaza quem deu a ideia de “queimar” os judeus.
“Hitler não queria exterminar os judeus, queria expulsar os judeus. Então Haj Amin al-Husseini foi encontrar Hitler e disse: ‘Se expulsá-los, todos virão para cá’. ‘Então, o que devo fazer com eles?’, perguntou (Hitler). Ele respondeu: ‘Queime-os’”, declarou Netanyahu.
A declaração de Netanyahu ocorreu durante o 37º Congresso Sionista Mundial, em Jerusalém. Segundo ele, Hitler foi orientado a proceder ao Holocausto pelo palestino Haj Amin al-Husseini, um líder e intelectual de Jerusalém.
A polêmica declaração de Netanyahu foi rebatida até mesmo pela então chanceler alemã, Angela Merkel, que afirmou que a responsabilidade pelo Holocausto é da Alemanha, e não de um “palestino”. Segundo Merkel, os alemães têm “muito claro em nossas mentes” que os nazistas foram responsáveis. As informações são da BBC.
Em outubro passado, o GGN mostrou aqui que o plano de Israel para a guerra em Gaza é varrer todo o povo palestino do enclave, empurrando-o em direção ao Egito, na região do Sinai. Um documento da inteligência israelense contém os detalhes e diz que essa migração forçada seria a solução “permanente” para a crise entre Israel e os palestinos.
Lula enfrenta Netanyahu
A declaração de Netanyahu é resgatada em meio à “crise diplomática” instaurada a partir de um pronunciamento do presidente Lula em passagem pela Etiópia no último final de semana. Lula disse que Netanyahu faz com os palestinos em Gaza o que Hitler fez com os judeus. >>> Veja em detalhes a declaração de Lula.
Apesar de não citar a palavra Holocausto ao traçar um paralelo, a declaração de Lula gerou reações de Israel, que declarou o presidente como “persona non grata” até que ele faça uma retratação. O corpo diplomático brasileiro já informou que não irá pedir desculpas e chamou de volta o embaixador em Israel.
Ainda que com a ampla repercussão nacional negativa, pelo mundo as declarações do presidente brasileiro foram vistas de forma otimista por países que defendem a rápida resolução do conflito que já deixou quase 30 mil palestinos mortos.
Em entrevista ao GGN, o professor direito internacional Dawisson Lopes analisou que ao comparar Netanyahu a Hitler, Lula conseguiu chamar atenção internacional para a guerra em curso. Leia mais aqui.
CINTIA ALVES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)
Cintia Alves é jornalista especializada em Gestão de Mídias Digitais. Ingressou como repórter no Jornal GGN em 2014, participando da cobertura e produção de documentários sobre a Operação Lava Jato. Atualmente é editora e coordena a produção do canal TV GGN, no Youtube, entre outros projetos.