Um mártir global na luta pela verdade, pela liberdade de expressão e pela paz mundial corre o risco de morrer numa prisão política. No próximo dia 20, Julian Assange, fundador do Wikileaks, saberá se esgotou todas as vias legais para evitar sua extradição para os Estados Unidos, onde enfrenta a perspectiva de passar o resto de seus dias atrás das grades. A audiência de dois dias está agendada para ocorrer em Londres, durante a qual Assange buscará permissão para apelar contra sua extradição por divulgar milhares de documentos militares e diplomáticos confidenciais, que revelaram crimes de guerra cometidos pelo Império em suas ações no Oriente Médio.
Segundo uma reportagem recente do The Guardian, esposa de Julian, Stella Assange, tem dito que ele corre o risco de morrer na prisão, o que tem mobilizado entidades representativas do jornalismo ao redor do mundo. O fundador do Wikileaks enfrenta a perspectiva de prisão perpétua nos Estados Unidos por ter divulgado milhares de documentos confidenciais em 2010, fornecidos pela denunciante do Exército Chelsea Manning. Embora a administração de Barack Obama tenha decidido não prosseguir com as acusações contra Assange, estas foram retomadas durante a presidência de Donald Trump sob a Lei de Espionagem de 1917. O atual presidente, Joe Biden, foi pressionado por setores democráticos da sociedade estadunidense, mas também não concedeu o perdão a Assange.
É importante lançar luzes sobre o caso Assange, no momento em que o Ocidente coletivo expressa indignação pela morte na prisão de Alexei Navalny, blogueiro que instigou protestos de rua e fazia oposição ao presidente russo Vladimir Putin. Toda morte deve ser lamentada, em especial quando ocorre sob uma situação tão adversa como a restrição forçada da liberdade. Diante disso, este seria o momento ideal para que todos os democratas do mundo se unissem pela liberdade de Julian Assange.
LEONARDO ATTUCH ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)