Apesar das provas de envolvimento de generais e militares do Exército em tentativa de golpe, o Exército ainda não tomará medidas
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O Exército foi pressionado a se posicionar sobre as tentativas de golpe de Estado pelo governo de Jair Bolsonaro, que envolveu generais e comandantes militares, e afirmou que ainda não tomará medidas contra os militares arrolados.
“As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto”, escreveu o Exército, em nota divulgada nesta terça (13).
A Operação Tempus Veritatis, deflagrada na última quinta-feira, revelou os bastidores das articulações do governo Bolsonaro e de militares de altas patentes para a tentativa de um golpe.
Entre as provas levantadas, os investigadores flagraram a atuação de militares para a disseminação de Fake News e contra o processo eleitoral; mensagens do general Braga Netto, então ministro da Casa Civil e candidato a vice de Jair Bolsonaro, aliciando militares, os comandantes das Forças Armadas e de Forças Especiais para pronta atuação em um golpe, e o esboço de um decreto de golpe apresentado aos militares.
Ainda, na reunião ministerial de julho de 2022, Jair Bolsonaro conversava com ministros e militares, incluindo o ex-chefe do GSI, general Heleno, sobre o uso da Abin para espionar a favor do então candidato.
As provas, contudo, não bastaram para o Exército pedir investigação interna e possível punição dos militares. Em nota, a Força informou que a investigação está “a cargo de inquérito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Leia a nota:
O Centro de Comunicação Social do Exército informa que as investigações acerca do assunto estão a cargo de inquérito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conduzido pela Polícia Federal.
O Exército, enquanto Instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.