AS MULHERES PERDEM ESPAÇO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

CHARGE DE PRETA TINTA

Após a demissão de Rita Serrano, em 7 de novembro, quando foi substituída na presidência da Caixa Econômica Federal por Carlos Antônio Vieira Fernandes, o novo presidente, indicado pelo Centrão, de “porteira fechada” promoveu hoje a maior rodada de substituições nas vice-presidências da CEF. Foram quatro demissões, sendo três mulheres, com a efetivação de seis novos vice-presidentes e o sétimo, de forma interina.

Desde que Carlos Vieira Fernandes tomou posse, já foram afastadas quatro das cinco vice-presidentes nomeadas por Rita Fernandes. Resta apenas Henriete Alexandra Sartori Bernabé. Por sinal, embora Rita Fernandes tenha presidido a Caixa de janeiro de 2023 a 7 de novembro, nenhum dos balanços trimestrais divulgados no ano passado leva sua assinatura. Foram todos assinados pelo atual presidente empossado em novembro.

A primeira vice-presidente a rodar na CEF foi Maria Cristina Abdelnour Farah, de Negócios de Varejo, em dezembro. O cargo, que vinha sendo exercido interinamente, foi preenchido hoje com a nomeação do brasiliense e funcionário da CEF Adriano Assis Matias.

Hoje, foram demitidos Adriana Nascimento Moreira da Silva Salgueiro, substituída na vice de Tecnologia e Digital pelo pernambucano Laércio Roberto Lemos de Souza e funcionário da Caixa; Mônica dos Santos Monteiro, cuja vice de Logística, Operações e Segurança será ocupada pelo mineiro Marcelo Campos Prata; Lucíola Aor Vasconcelos deu lugar na vice Agente Operador ao pernambucano, como Carlos Vieira Fernandes, Pedro Ermirio de Almeida Freitas Filho. A quarta demissão foi de Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça da vice-presidência Pessoas.

Outras nomeações foram do carioca e funcionário da CEF Paulo Rodrigo de Lemos Lopes para Vice-Presidência Sustentabilidade e Cidadania Digital; do mineiro e ex-assessor da presidência do Banco Master, Tarso Duarte de Tassis para a vice de Negócios de Atacado. A CFE nomeou ainda, de forma interina, Daniel de Castro Borges, Diretor Executivo Pessoas, pela respectiva vice-presidência.

Para onde vai a Selic?
A uma semana da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), com a nova composição de dois diretores menos ortodoxos (Paulo Pichetti, na diretoria Internacional, e Rodrigo Teixeira na Administração, o mercado financeiro está na expectativa do plano de voo do Copom, tendo em vista que o Federal Reserve, preocupado com focos inflacionários nos Estados Unidos, adiou de março para maio o início da queda do juros, o que fez o dólar voltar à faixa próxima aos R$ 5,00 no Brasil (hoje está em R$ 4,92).

Para a LCA Consultores, neste patamar, o câmbio tende a exercer influência neutra sobre a inflação. Mas, a consultoria segue estimando que a inflação correrá acima das expectativas nestes meses iniciais de 2024 – pressionada pela reaceleração dos preços de alimentos e bens industriais, bem como por certa resiliência dos preços de serviços.

O cenário base analisado continua a contemplar um “pouso suave” (global e doméstico), mas não sem alguma turbulência; e a LCA mantém a avaliação de que “o balanço de riscos segue algo assimétrico”.
“Ao lado da possível surpresa desfavorável com a inflação, eventual recrudescimento das incertezas na seara fiscal pode trazer alguma deterioração na percepção de risco para a economia doméstica. Esse recrudescimento poderia advir, por exemplo, de uma (provável) decisão de alterar a meta de déficit orçamentário zero para 2024; e/ou da adoção de iniciativas para-fiscais – como algumas incluídas no recém-divulgado Plano de Ação para a Neoindustrialização”.

A LCA sublinha que, “nas últimas semanas (e, em particular, no começo desta semana, após o anúncio da nova política industrial), houve uma pequena piora na avaliação de risco do Brasil em relação à taxa média de risco das economias emergentes”.

Apesar de esperar que o Banco Central fique mais cauteloso, na condução da política monetária a partir do 2º trimestre, a LCA Consultores espera que o ritmo de redução da taxa básica Selic (atualmente em 11,75%, com previsão de baixa de 0,50 ponto percentual em 31 de janeiro e em 20 de março), seja desacelerado para 0,25 p.p por reunião do Copom a partir da reunião de 08 de maio. De outra parte, considera improvável que o ciclo de flexibilização monetária venha a ser interrompido, por dois motivos básicos:

“1 – porque continuamos a esperar que o FED comece a cortar o juro básico dos EUA no começo de maio, o que tende a consolidar um quadro relativamente benigno para os mercados de ativos e moedas emergentes; 2 – porque a atividade econômica doméstica se enfraqueceu ainda mais no 4º trimestre de 2023 e, a nosso ver, tende a recobrar o fôlego de maneira lenta e irregular ao longo deste ano”.

GILBERTO DE MENEZES CÔRTES ” JORNAL DO BRASIL” ( BRASIL)

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