OS HOMENS E MULHERES QUE NOS DEIXARAM EM 2023 E PERMITIRAM O MUNDO FICAR MENOS INTELIGENTE

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Ex-ministro, juiz, liderança indígena, jornalista e antropóloga compõem a lista de personalidades

O Jornal GGN anunciou algumas perdas importantes para o cenário político brasileiro e mundial em 2023. Abaixo, segue a lista, para relembrar as principais mortes deste ano.

Ennio Candotti

Crédito: Arquivo pessoal

O físico ítalo-brasileiro e fundador e diretor do Museu da Amazônia (Musa) morreu em dezembro, aos 81 anos de idade. Líder científico do país, Candotti foi eleito quatro vezes presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com mandatos exercidos entre 1989 e 2007.

Nascido em 1942 na cidade de Roma, na Itália, Candotti e sua família vieram para o Brasil em 1952. 

Em 1964, formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP), onde também estudou filosofia. Dez anos depois, iniciou sua trajetória em defesa da política científica brasileira e em projetos de divulgação científica. Naturalizou-se brasileiro em 1983.

Henry Kissinger

O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger morreu em novembro, aos 100 anos.

Kissinger foi admirado e odiado na mesma intensidade. Para alguns, foi um titã da política externa, o sobrevivente do Holocausto que construiu uma carreira brilhante como principal diplomata dos Estados Unidos e conselheiro de segurança nacional durante as administrações dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, deixando uma marca duradoura na história.

Mas para outros, Henry Kissinger foi um criminoso de guerra, cujo exercício brutal da realpolitik deixou um rastro de sangue em todo o mundo – cerca de três milhões de corpos em lugares distantes, da Argentina a Timor Leste.

Nascido na Alemanha em 27 de maio de 1923, Kissinger migrou para os Estados Unidos, com a família, em 1938, fugindo do nazismo. Cinco anos depois, conseguiu a cidadania norte-americana. Serviu ao Exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1943, e participou da ocupação do território alemão após o conflito.

Aluno de Harvard, Kissinger graduou-se, tornou-se mestre e doutor na instituição, entre os anos de 1950 e 1954. Também deu aulas de relações internacionais por quase duas décadas. Escreveu pelo menos 20 livros sobre temas como diplomacia, história e política.

Tymbektodem Arara

Crédito: Reprodução

O indígena que denunciou invasão de terras na Organização das Nações Unidas (ONU), Tymbektodem Arara, morreu em outubro. 

A Polícia Federal do Pará investiga as circunstâncias da morte de Arara, encontrado morto em um rio em 14 de outubro, 16 dias após a participação no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça. 

Tym Butoden morreu dois dias depois de voltar ao Brasil. Ele era o representante oficial da etnia e também se posicionava contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas.

A causa da morte do líder indígena foi afogamento, mas há duas versões para explicar o ocorrido. Em uma delas, Tymbektodem estava em um barco, se jogou no rio por conta própria, mas teria se afogado por não saber nadar. Já a segunda versão aponta que a liderança foi jogada do barco e, por estar bêbado, teria se afogado. 

Carlos Amorim

Carlos Amorim. | Foto: Reprodução/Linkedin

O jornalista morreu aos 71 anos, em São Paulo, no hospital oncológico AC Camargo, onde estava internado.

Jornalista premiado, Amorim foi o vencedor do prêmio Jabuti pelo livro reportagem “Comando Vermelho – a história do crime organizado”. Ele também recebeu os prêmios Vladimir Herzog e Simon Bolivar.  

José Carlos Moreira Alves

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) morreu em outubro, em Brasília, aos 90 anos, em razão de falência múltipla de órgãos. 

Nomeado ao cargo de procurador-geral da República em 1972, exerceu a função até 1975, quando, em 18 de junho do mesmo ano, foi nomeado ministro do STF pelo presidente da República Ernesto Geisel.

Moreira Alves ocupou a presidência do STF entre 1985 e 1987 e, nessa condição, presidiu a sessão que instalou a Assembleia Nacional Constituinte responsável pela redação da atual Constituição brasileira. 

José Paulo Sepulveda Pertence

Foto: MRE/Secom – via Agência Brasil

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) faleceu em julho, em Brasília, após passar uma semana internado no hospital Sírio Libanês da capital federal.

Nascido em Sabará, Minas Gerais, em 1937, Pertence ficou conhecido por sua atuação firme e sua defesa intransigente dos princípios constitucionais.

Em 1989, Pertence foi nomeado pelo então presidente José Sarney para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Sua atuação foi marcada pela defesa da Constituição e dos direitos fundamentais.

Sepúlveda Pertence teve um papel importante durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), especialmente no campo da advocacia e na defesa dos direitos humanos ao atuar como advogado na defesa de presos políticos e na luta pela garantia dos direitos individuais.

Alysson Paulinelli

Crédito: Sescoop/ Divulgação

O ex-ministro da Agricultura morreu em junho, aos 86 anos. Ele estava internado em estado grave no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, e não resistiu às complicações causadas por uma cirurgia para colocar uma prótese no fêmur.

Paulinelli defendia o desenvolvimento sustentável da agricultura, em que o foco estivesse na inovação, tecnologia e pesquisa, mas que o uso sustentável dos recursos de cada bioma estivessem à frente do uso econômico.

Natural de Bambuí, em Minas Gerais, Paulinelli nasceu em 1936 e ainda adolescente se mudou para Lavras, onde se formou engenheiro agrônomo na universidade federal. Recebeu diversas homenagens ao longo da vida, entre elas duas indicações ao Prêmio Nobel da Paz.

Silvio Berlusconi

Foto Deutsche Welle

O ex-premiê italiano e fundador do Força Itália, partido de direita que hoje dá sustentação ao governo de Georgina Meloni, da ultradireita, morreu aos 86 anos. Ele estava internado no Hospital San Rafaelle, em Milão. 

Eleito para o Senado em 2022, o político estava desde 2013 fora do Parlamento por ter sido condenado por fraude fiscal. Também acumulou críticas com declarações públicas controversas e até mesmo atos obscenos – certa vez simula ato sexual sem consentimento em uma policial, que estava de costas.

Nada disso, porém, impediu uma trajetória bastante vitoriosa. Berlusconi foi quatro vezes primeiro-ministro, entre a década de 1990 e primeira década dos anos 2000, cinco vezes obteve mandato na Câmara, duas vezes no Senado e outros dois no Parlamento Europeu. 

Amazonino Mendes

Foto: Facebook Amazonino Mendes

O ex-senador Amazonino Mendes morreu em fevereiro, aos 83 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Formado em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Amazonino governou a cidade de Manaus em três mandatos (1983, 1993, e 2009) e foi governador do Amazonas em quatro oportunidades: 1986, 1994, 1998 e 2017. Como senador, exerceu mandato de 1991 a 1993.

Seu último cargo político foi de governador de Manaus em 2017, quando venceu eleição convocada após a cassação do então governador José Melo. O político ocupou o cargo até 2019.

Adriana Dias

Nomes como Henry Kissinger, Adriana Dias e Carlos Amorim estão entre a lista; veja mais
Pesquisadora e antropóloga Adriana Dias. Foto: Foto: Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Considerada uma das principais referências para o estudo do neonazismo no Brasil, a antropóloga morreu em janeiro.

Dias encontrou em 2021 uma carta assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em sites neonazistas, publicada em 2004 – o que foi fundamental para aprofundar o entendimento de que o bolsonarismo e o neonazismo estão atrelados entre si.

Adriana também foi uma ativista pelos direitos humanos e pelos direitos das pessoas com deficiência.

ISADORA COSTA ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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