JANOT FOI CHANTAGEADO PELA REPÚBLICA DE CURITIBA, POR ISSO MUDOU DE LADO, AFIRMA TONY GARCIA

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Em entrevista à TVGGN, o ex-espião de Sergio Moro, Tony Garcia, afirma que Deltan Dallagnol e Carlos Fernando agiram para “derrubar” Janot

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot teria sido chantageado por Carlos Fernando dos Santos Lima e Deltan Dallagnol, antigos membros da extinta força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná. Após a chantagem, Janot teria mudado de posição e embarcado na defesa da Lava Jato e de operações derivadas que se espalharam pelo País. A informação é de Tony Garcia, o ex-espião de Sergio Moro.

Em entrevista exclusiva ao GGN, Garcia afirmou que os procuradores obtivas informações privilegiadas a partir de escutas ilegais e usaram o material para chantagear o Janot.

“Ele [Carlos Fernando] e Deltan Dallagnol foram chantagear o Janot numas escutas que eles conseguiram. Por isso Janot mudou de posição totalmente. Janot estava dando tudo contra eles. Eles estavam loucos com Janot. O Carlos Fernando me falou: ‘esse Janot está vendido. Nós vamos derrubar ele semana que vem. Vai mudar tudo. Aguarde para você ver. Ou ele vem, ou ele vai cair’.”

Segundo Tony, Carlos Fernando e Deltan, então, viajaram a Brasília com o material contra Janot. “Depois disso, Janot virou capacho deles, virou o atirador de flecha de tudo quanto é lado, e começou a beber todos os dias para enfrentar o que estavam fazendo com ele”, disparou.

O aparente desequilíbrio de Janot chegou a ser comentado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, durante julgamento do senador Valdir Raupp. Gilmar, que é um dos maiores críticos da Lava Jato, afirmou que Janot “a partir das 15h30 já estava embriagado”. Em seu livro, “Nada menos que tudo”, Janot revela que cogitou assassinar Gilmar com um tiro e suicidar-se em seguida, mas não conseguiu executar o plano.

“Eles chantageavam todo mundo”

Tony Garcia é empresário e ex-deputado no Paraná. Desde meados dos anos 2000, por força de um acordo de delação premiada homologado por Sergio Moro no caso do Consórcio Garibaldi, Tony passou a atuar como agente informal ou espião do ex-juiz da Lava Jato.

Na entrevista exclusiva ao GGN, conduzida pelo jornalista Luis Nassif, Tony afirmou categoricamente que Moro e os procuradores de Curitiba tinham como método o uso de grampos ilegais que depois eram “esquentados” pelo hoje senador da República.

“Eles chantageavam todo mundo. Tinham informação de tudo quanto é lado. Eles grampeavam tudo [de forma] ilegal. Moro esquentava grampos. Eu fornecia os telefones, eles grampeavam e, depois, se a conversa interessava, eles abriam diligência com data retroativa”, explicou Garcia.

Confira um trecho abaixo:

Carlos Fernando dos Santos Lima pediu exoneração do Ministério Público Federal e passou a trabalhar com advocacia voltada especialmente para o compliance. Conforme o GGN revelou nesta reportagem aqui, ele teria sido consultor de uma banca que recebeu indevidamente R$ 28 milhões da Eletrobras, segundo relatório do Tribunal de Contas da União. Leia mais aqui.

Deltan Dallagnol também abandonou o MPF para ser político, mas acabou com o registro de deputado federal cassado. Ainda elegível, ele não descarta concorrer nas eleições de 2024. Setores da imprensa tratam Deltan como candidato virtual à prefeitura de Curitiba.

Chantagem a ministro do STJ

Na mesma entrevista, Tony Garcia revelou que um outro alvo de chantagem pode ter sido o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça.

Segundo Garcia, o filho de Fischer, que é advogado, foi citado em um dos grampos entregues a Moro, que supostamente conduzia uma investigação ilegal envolvendo autoridades com foro privilegiado. Para Garcia, a pressão sobre o filho de Fischer pode justificar o fato de o ministro ter chancelado as ações da Lava Jato no STJ. Leia mais aqui.

As revelações de Tony Garcia estão agora em análise no Supremo Tribunal Federal. Moro nega qualquer irregularidade nas ações que conduziu e afirma que Garcia é um criminoso condenado e sem credibilidade.

LOURDES NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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