Você pensava que Jair Bolsonario ia parar no primeiro degrau da escatologia com a história do “golden shower”?
Não, ele passou, como dizia a minha avô aos netinhos pequenos, do “Número 1” para o “Número 2”, sugerindo ao repórter que o entrevistava que “fazer cocô dia sim, dia não” é uma forma de preservar o meio-ambiente.
— É só você deixar de comer menos um pouquinho. Você fala para mim em poluição ambiental. É só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também.
Além de um idiota, um porco.
Como não dá para falar sério de um sujeito assim, eu peço licença a Reinaldo Azevedo para roubar o bordão “Momento Cultural” de seu programa de rádio.
É que escatologia tem dois sentidos, o mais conhecido deles o de estudo sobre as fezes, as quais, segundo Bolsonaro, devem ser racionadas para a salvação da Terra, que vem do grego skór, pelo genitivo skatós.
Mas também é escatologia, com outra origem grega (éskhatos, éskhaton, extremo, final) a especulação , em geral mística-teológica, do que se passaria ao chegar-se ao “fim do mundo”, à extinção da vida.
E não é o fim do mundo um presidente da República dedicar-se à asneiras deste tipo? Até desperta dúvidas se os competentes médicos que o atenderam religaram corretamente os intestinos.
Pode ser que em algo ele tenha razão: se o presidente falasse apenas dia sim, dia não, melhoraria “bastante a nossa vida também”.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)