DENÚNCIAS DE TONY GARCIA SOBRE O MODUS OPERANDI DA REPÚBLICA DE CURITIBA SÃO LEVADAS A MINISTRO DO SUPREMO

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Deputado do PT encaminha ofício ao ministro Dias Toffoli pedindo providências sobre revelações de Tony Garcia

As revelações que o empresário Tony Garcia fez em entrevistas a Veja, TV 247 e CNN Brasil foram encaminhadas pelo deputado Rogério Correia (PT) ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

No ofício encaminhado nesta segunda (5), o parlamentar pede que Tony Garcia seja ouvido pelo STF para esclarecer os fatos e viabilizar providências da Corte.

“Diante das graves denúncias, adotando-se os cuidados e os procedimentos processuais devidos, manifesto meus votos de que tudo seja devidamente esclarecido e os responsáveis pelos eventuais atos ilícitos sejam processados”, anotou o parlamentar.

Nas entrevistas, Tony Garcia revelou que, em 2021, durante audiência com a juíza Gabriela Hardt, que atua na Lava Jato, ele narrou uma série de episódios que demonstram sua atuação como “agente infiltrado” para Sergio Moro e os procuradores de Curitiba.

Moro e ex-procuradores como Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, além do ainda procurador Januário Paludo, teriam usado Tony Garcia em missões para obter provas contra outros investigados e, assim, pressioná-los a sucumbir à delação premiada.

Garcia teria usado de grampos ilegais, entre outros métodos questionáveis, para cooptar os delatores desejados pela força-tarefa e por Moro.

Correia ainda encaminhou ofício para que Tony Garcia seja ouvido na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.

Festa das cuecas

Em um dos episódios que mais repercutiu, Garcia revelou que desembargadores do TRF-4 teriam sido filmados por um advogado perseguido por Moro, em uma festa que ficou conhecida como “festa das cuecas”.

Na visão de Tony Garcia, Moro usou as gravações para chantagear os desembargadores do TRF-4. A festa teria ocorrido em novembro de 2003.

O advogado “perseguido” por Moro seria Roberto Bertholdo, conhecido no Paraná por seu trânsito nos tribunais e no meio político.

Hardt engavetou denúncias

Segundo Garcia, Hardt não tomou providências acerca de seu depoimento. O novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, ao assumir a 13ª Vara, teria tomado conhecimento do testemunho e, por envolver Moro e Dallagnol, remeteu o caso ao Supremo, em virtude do foro privilegiado. Em maio, Appio foi afastado em uma manobra jurídica envolvendo Moro.

CINTIA ALVES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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