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De satélite, nanotecnologia, economia digital e medicamentos, entenda os impactos do que foi assinado hoje pelos países
O encontro de Lula com o presidente da China, Xi Jinping, marcou o fechamento de 15 acordos entre os dois países. “Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore suas relações com a China. Queremos ter com a China uma relação que vá além da economia e do comércio”, afirmou o presidente brasileiro.
A agenda de Lula na China, nesta sexta-feira (14), foi a mais importante para o fechamento dos acordos bilaterais.
Foram assinados acordos de pesquisa, ciência e tecnologia, relações entre universidades e parcerias para a produção conjunta de tecnolgias de informação, economia digital, biotecnologia, tecnologias verdes, nanotecnologia, equipamentos aeroespaciais, medicamentos e comunicação.
Um dos protocolos trata do desenvolvimento conjunto do Brasil com a China é a construção do CBERS-6, um modelo de satélite que traz tecnologia de monitoramento de biomas, como a Floresta Amazônica, que superam obstáculos de visibilidade das nuvens.
“As Partes deverão desenvolver, fabricar, lançar e operar conjuntamente o CBERS-6 para garantir o fornecimento contínuo de imagens CBERS com seus parâmetros técnicos e compartilhamento de trabalho”, traz o documento.
São duas partes de módulos que serão desenvolvidos para este satélite, um deles (de Serviço) 100% produzido no Brasil e o outro (de Carga Útil) 100% produzido na China. Após concluído, o lançamento do satélite será feito da China, e os custos das produções serão divididos igualmente entre os países.
Também foram assinados dezenas de memorandos que estabelecem a cooperação de inteligência e pesquisas em diversos setores, que interessam a ambos países, que tratam desde economia digital até setores de geopolítica (Leia aqui a íntegra dos acordos).
Ao se encontrar com Lula, o líder Xi Jinping afirmou que ficou ficou muito feliz em ver Lula recuperado da pneumonia e que valorizou a vinda do presidente brasileiro imediatamente depois, o que mostrava como Lula preza pelas relações com a China.
Horas antes de se encontrar com o presidente da China, Lula e sua comitiva também percorreram uma agenda com representantes comerciais de peso e com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
“O fluxo de importação e exportação Brasil-China é recorde ano após ano. Vamos reindustrializar o Brasil gerando empregos de qualidade com investimentos estrangeiros e nacionais”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Há um desejo muito grande da China em investir no Brasil, em todas as áreas. Nós tivemos reuniões com empresas voltadas para infraestrutura, construção de ferrovias, pontes com empresas voltadas para a comunicação e rede 5G, empresas do ramo automobilístico, em especial, do carro elétrico que é em todo mundo uma tendência de substituição da frota de combustível fóssil por carga elétrica em função da questão climática”, relatou.
Desde às 9h30 do horário local (22h30 de ontem do horário de Brasília), Lula iniciou as agendas com o presidente da State Grid, a estatal de energia elétrica da China; seguido de encontro com o presidente da Assembleia Popular da China, Zhao Leji; encontro com representantes de sindicatos até a cerimônia oficial com o presidente chinês, encerrando em um jantar, por volta das 20h do horário local, 9h de Brasília.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)