AS FANTASIAS DE CARNAVAL

CHARGE DE AROEIRA

Reparto com vocês, caros leitores, uma aula do respeitado jornalista Murilo Rocha, meu ex-colega de O Globo, sobre as origens do Carnaval. Trata-se de uma festa fundamentalmente europeia e cristã, daí sua difusão a quase todos os países do Velho Continente e, deles, para o resto do mundo, cada qual ao seu estilo. Na Europa, além de Veneza e seus célebres desfiles de mascarados(as) como no século XVIII, outras cidades fazem festas grandiosas, como a espanhola Cádiz e a alemã Colônia. Fora de lá, além do Brasil, a única celebração importante é nos Estados Unidos, particularmente em Nova Orleans, graças à colonização francesa. A cidade chamava-se Nouvelle-Orléans, capital da Lousiana, nome em homenagem ao Rei Luís XIV, o “Rei Sol”, que morreu após 77 anos de reinado, sendo sucedido pelo neto, Luís XV. Derrotada na Guerra de Sete anos pelo Reino Unido, a França entregou o território aos EUA (financiador da empreitada). Dívidas à parte, a tradição da comida (crioula, trazida pelos escravos africanos, que lá introduziram o Vodu) e mais o estilo arquitetônico francês, criaram uma cultura exótica nas terras de Tio Sam. Lá o Carnaval passou a se chamar Mardi Gras (existente em terras belgas, também), cuja tradução significa Terça-Feira Gorda.

Na tradição cristã, o Carnaval dura até o Mardi Gras, que é a véspera da Quarta-Feira de Cinzas, definida pela Páscoa do ano em que ocorre. E a Páscoa ocorre no 1º domingo após a 1ª lua cheia do início da Primavera, no chamado Equinócio Vernal. O querido Murilo Rocha prossegue na sua aula brilhante: o Mardi Gras remonta aos festivais pagãos da Roma Antiga, as Saturnálias e Lupercálias, onde acontecia de tudo em matéria de música, comida, bebida e sexo. Quando o cristianismo assumiu o Império Romano, séculos III e IV d.C., pôs fim às orgias. Entretanto, temendo reações iradas da turba (lá sempre se usou o pão e o circo para entreter a patuleia), fez uma espécie de coquetel com suas próprias tradições: a Quaresma segue sendo o período de recolhimento e moderação, com jejum e sem vícios, mas antes e depois vem a festa, porque ninguém é de ferro.

Aqui no Brasil, onde as tradições foram ignoradas, o Carnaval, por assim dizer, já começa na celebração do ano novo. Avança com os primeiros desfiles de blocos e ensaios de escolas de samba no fim de janeiro (escolas já promovem ensaios desde o fim do ano anterior para arrecadar fundos). Este ano, depois de duas temporadas em que a pandemia interrompeu os desfiles das escolas de samba, eles voltam ao Sambódromo no calendário romano da lua cheia da primavera (como as fases da Lua têm 28 dias, os calendários mensais gregorianos jamais coincidem com as fases lunares, daí que ora o Carnaval cai no início de fevereiro, no fim do mês e até em março, arrastando a Páscoa 40 dias adiante do calendário. O fato é que o Carnaval acaba sendo importante na vida brasileira porque se diz que “o ano começa após o Carnaval”.

Alegria X Ódio

O calendário de 2023 reservou enormes surpresas, desde as eleições de outubro. O governo Bolsonaro preparou o enredo e as fantasias para desfilar de 2023 a 2026. Mas o eleitor (sempre soberano) resolveu interromper o circo de horrores e optou pela volta de Lula. Ele entende muito mais de alegria e carnaval do que o carrancudo e mal-humorado ex-presidente, que prefere uma arma e um toque de clarim de banda militar ao gingado de uma porta-bandeira e um mestre-sala na cadência do ritmo alucinante das baterias das escolas. Graças ao avanço da vacinação, apesar de todo o jogo contra do ex-presidente, que dizia “não ser coveiro”, à medida em que as estatísticas de mortes pela Covid-19 avançavam (chegamos a mais de 700 mil vítimas), a alegria voltou às ruas de todo o Brasil, com desfiles irreverentes de blocos onde a figura do ex-presidente em um caixão é alegoria recorrente. Em 40 dias, no Sábado de Aleluia, sua imagem deve ser alvo de malhação, como o “Judas” da hora. E não é por poucos motivos que o brasileiro celebra neste Carnaval.

Por pouco, o enredo de golpe militar que Jair Bolsonaro vinha ensaiando nos palanques e “lives” desde que começou a governar (digo, presidir o país, que ele desgovernou), não deu certo na infame intentona à Democracia em 8 de janeiro, quando os bolsonaristas mais radicais que já estavam acampados desde novembro à frente de quarteis do Exército juntaram as forças para uma tomada conjunta dos três Poderes da República: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Lula evitou a declaração de Garantia da Lei e da Ordem (a GLO), que transferiria o comando do país às Forças Armadas, como imaginara Bolsonaro e seus asseclas. Preferiu intervir na segurança do DF. E o governador Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por 90 dias por Alexandre Moraes. A Democracia resistiu e se fortaleceu porque ela está no tecido da sociedade. Não é comparável a uma construção material que pode sucumbir a abalos sísmicos como na Turquia e Síria, deixando dezenas de milhares de mortes; os terroristas tomaram de assalto apenas os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, ante a complacência e conluio das forças de segurança ainda em fase de transição no novo governo e no governo do Distrito Federal. Neste caso, o governador Ibaneis Rocha (MDB) não era novato. Foi reeleito. Mas, estranhamente, chamou para comandar a Secretaria de Segurança do DF, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Anderson Torres.

Se o saudoso Stanislaw Ponte Preta, o genial jornalista Sérgio Porto, estivesse vivo, daria um nó na cuca maior do que o do “sambista” do hoje politicamente incorreto “Samba do Crioulo Doido”, ou em linguagem neutra e um pouco menos ofensiva: “O Samba do Afrodescendente Desmiolado”, que misturou fatos e personagens da história para atender aos ditames da censura do regime militar de descrever a história do país nos sambas-enredos. Pois não é que Torres entrou de férias na véspera da intentona de domingo 8 de janeiro (antecipando na 6ª feira, 6 de janeiro, as férias que começariam em 9 de janeiro, com uma viagem a Orlando)… Justamente onde estava desde 30 de dezembro o ex-presidente e chefe, Jair Bolsonaro. Só uma imaginação delirante poderia supor um enredo onde a segurança da capital federal, mesmo com a troca de governo, por decisão dos votos limpa e democraticamente confirmados nas urnas eletrônicas, continuasse sob domínio de Bolsonaro e sua trupe. O ensaio de golpe na noite de 12 de dezembro, quando houve a diplomação de Luís Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alkmin pelo Tribunal Superior Eleitoral, e Brasília virou uma minipraça de guerra com incêndio de veículos e invasões e depredações da sede da Polícia Federal e de uma delegacia civil do DF, mostrou o grau de violência dos bolsonaristas inconformados. Investigações posteriores da PF abortaram uma tentativa de explosão de um caminhão tanque do altamente inflamável querosene de aviação no Aeroporto de Brasília. E as investigações que se sucederam ao 8 de janeiro encontraram na casa de Anderson Torres uma minuta de “Intervenção Federal na Sede do TSE”. Datada de 12 de dezembro de 2022, a minuta previa a prisão dos ministros do TSE e do STF e a anulação das eleições, por fraude. Com declaração de reeleição de Jair Messias Bolsonaro. Para tornar o enredo mais surreal, Anderson Torres voltou ao Brasil, se entregou à Polícia Federal, que tinha mandado de prisão contra ele expedido pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos das “fake news”. Mas “esqueceu o celular em Orlando”. Um dos impacientes ex-subordinados quase deixou escapar a pergunta: “Com o Pateta?”, mas se conteve para garantir a imparcialidade do inquérito. Os inquéritos estão em andamento, com mais de 850 indiciados na Justiça.

O fato é que apesar do quadro econômico e social muito difícil, do qual a tragédia da inanição do povo yanomami emerge como um espectro de um regime que poderia ter se prolongado, mas foi apeado democraticamente do poder pelo voto, o Brasil está como um antigo e delicioso samba-enredo na União da Ilha, agremiação da Ilha do Governador que jamais ganhou um título mas sempre desfilou entre os carnavais mais soltos e divertidos da avenida: “A minha alegria atravessou o mar; E ancorou na passarela; Fez um desembarque fascinante; no maior show da terra;

Será que eu serei o dono dessa festa?

Um rei

No meio de uma gente tão modesta

Eu vim descendo a serra

Cheio de euforia para desfilar

O mundo inteiro espera

Hoje é dia do riso chorar.

Não é hora de chorar. É momento de festejar a volta progressiva do Brasil à normalidade, à confraternização (o Carnaval é bom para isso), ao respeito no concerto nas nações, e de extravasar mágoas e pensamentos ruins (taxas de juros que travam a economia e ameaçam o desemprego, caso Americanas, que pode causar quebradeira na cadeia de fornecedores) para o ano de 2023. O ano precisa começar com fôlego novo a partir da Quarta-feira de Cinzas, em 22 de fevereiro. Ou, vá lá, caro leitor que esticou o feriadão até domingo, a partir de 27 de fevereiro. Segunda-feira, sem falta, o ano começa para valer.

Pra não dizer que só falei de flores…

Aqui vão alguns espinhos. O primeiro à moda do saudoso Zózimo Barroso do Amaral.

“E o Banco Central, hein?”.

Passou despercebido, em meio ao armistício no tiroteio entre o presidente Lula e a ala mais radical do PT contra o cidadão Roberto de Oliveira Campos Neto, um dos corpos estranhos à equipe econômica (como toda a diretoria do Banco Central do Brasil, que pela Lei 179, de 24 de fevereiro de 2021 ganhou independência perante o Executivo e mandato de três anos, não coincidentes com o do presidente da República), que RCN deu um prejuízo monumental de R$ 298,5 bilhões à frente do Banco Central em 2022, e ainda obrigou o Tesouro Nacional a emitir R$ 36,6 bilhões em títulos da dívida pública para cobrir o rombo. Não, não estou imbuído do espírito de Stanislaw Ponte Preta e reeditando o Febeapá, o “Festival de Besteiras que Asssola o País”. É verdade verdadeira. Ou, parodiando outro Febeapá que vemos na apresentação de filmes: “Baseado em fatos reais”. Se não é fato, não é real, ora. Só Trump dizia e os bocós americanos acreditavam em “fatos alternativos”; aqui, idem.

A questão é que o queridinho do mercado, o intocável gestor da política monetária para tentar atingir a miragem da meta inflacionária, definida 30 meses antes do início do ano de cada meta e que acaba sendo atropelada pelos fatos (em 28 de fevereiro de 2022, a invasão da Ucrânia pela Rússia explodiu os preços do petróleo e dos combustíveis e de alguns alimentos), depois de ser reprovado dois anos seguidos na gestão das metas da inflação com a política de juros, jogou pela janela sua fama de bom gestor de Tesouraria (construiu essa fama no Santander Brasil, mas destruiu no BC no ano passado). Só na gestão das reservas e operações em derivativos cambiais (operações de “swap”, venda de dólar contra juros) o BC teve prejuízo recorde de R$ 326,5 bilhões (“et pour cause” é querido). Como em outras operações do Banco Central, na mesa de “open market” houve ganhos de R$ 28 bilhões, o prejuízo líquido foi de R$ 298,5 bilhões. O último prejuízo do BC foi no 2º semestre de 2020 (R$ 22 bilhões). Ele podia cobrir com lucros acumulados do passado. Após a independência, só cabe a cobertura dos rombos pela reversão de reserva de resultado (o BCB sacou R$ 179,1 bilhões para este fim) e/ou pela redução do patrimônio institucional do Banco Central (mais R$ 82,8 bilhões foram usados para tal). Mas ainda faltavam R$ 36,6 bilhões. E o tal almoço, seguido da reunião do CMN na 5ª feira, 16 de fevereiro, encontros dos quais participou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, 3ª integrante do CMN, que acabou deixando de lado a discussão de meta de inflação ou nível de juros (duvido que o tema não tenha sido arranhado; se não foi, o trio está mostrando extrema insensibilidade para a anemia da economia causada pelos juros altos). O prato indigesto foi o pedido de Roberto Campos Neto para o Tesouro cobrir o rombo do Banco Central. Vê-se que Lula tinha razão quando o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) fala em incerteza fiscal: o próprio BC espetou um rombo de R$ 36,6 bilhões no Tesouro. Isso não estava previsto na licença para gastar na PEC da Transição, aprovada em 26 de dezembro, que autorizava rombo primário (receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida), de R$ 232 bilhões no Orçamento Geral da União em 2023. Essa “ajuda” ao Banco Central vai consumir mais da metade dos R$ 70 bilhões reservados no Orçamento Geral da União ao Bolsa Família este ano, com valor mensal de R$ 600, e os R$ 150 por filhos com até seis anos matriculados na escola.

Mas é bom que se diga que este fato gravíssimo já seria motivo para um carão de Fernando Haddad em Roberto Campos Neto. Educado, Haddad não fez o que Paulo Guedes e eu faríamos. Eu diria: “Como o senhor vem cobrar austeridade fiscal se me traz um “boletim” com duas reprovações seguidas no cumprimento das metas de inflação e ainda quer que eu, como gestor do Tesouro [que é o seu, o meu, o nosso dinheiro], venha cobrir sua “bolsa de estudos?”. Vale recordar o desempenho “escolar” de Campos Neto já na independência (outras agências do governo dão independência a seus ocupantes, como a Anvisa, a Aneel e a Anatel, mas nenhuma tem tanta influência como a Autoridade Monetária) foi bem sofrível. Em 2021, a meta de inflação, fixada em junho de 2018, no governo Temer e antes da Covid-19, era de 3,75% + tolerância de 1,50 ponto percentual = 5,25%, e deu 10,06%. Um estouro de 91,62%. No ano passado, a meta fixada em junho de 2019, era de 3,50% + 1,50 = 5,0%, e deu 5,79%), sendo obrigado a escrever nova carta ao presidente do Conselho Monetário Nacional, do qual faz parte, mas agora sob comando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do estouro – que só não foi maior porque em meados de 2022 o então presidente do CMN, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, percebendo que a política de juros altos do Copom não ia debelar a inflação nem este ano e acabaria com as chances de reeleição do então presidente Jair Bolsonaro, resolveu usar a caneta e derrubar os impostos (muitos no quintal dos vizinhos – o ICMS dos estados e que irriga os municípios) dos combustíveis, à frente a gasolina, da energia elétrica e das comunicações. Foi essa intervenção que fez a inflação que chegara a 12,13% nos 12 meses terminados em abril, descer a 5,79% em dezembro (só a gasolina caiu 25% no ano passado).

O Banco Central não teve mérito algum na redução da inflação [o IBGE calculou a inflação sem as canetadas, teria ficado em 9,56%]. Por qualquer que seja a métrica a política de juros altos se mostrou e continua se mostrando descalibrada da realidade. Guedes já tinha percebido que o remédio dos juros do Banco Central teria tantos efeitos colaterais (mataria a economia de anemia e derrubaria as chances de reeleição de Bolsonaro, que mesmo usando todos os artifícios para “comprar” o apoio do eleito, perdeu para Lula) que optou por um caminho radical. Se ainda fosse estilingue, atuando no mercado financeiro, estaria disparando petardo nas vidraças do Banco Central, como os apoiadores fanáticos de Bolsonaro fizeram no Palácio do Planalto, no Congresso e no STF. Em economia é assim mesmo: a teoria só vale na argumentação. E quando os fatos contrariam a teoria? Como diria Nelson Rodrigues, “pior para os fatos”.

Perigo da jogatina no futebol

Os que me acompanham em mesas de conversa ou em esporádicas postagens no Facebook sabem que liguei meu alerta de protesto quando os programas esportivos e os times de futebol passaram a ser inundados por patrocínios de sites de apostas. Meus protestos se dirigiram inicialmente para a mania de ajustar os comentários dos jogos a tabelas de “assistências” [aqui no Rio assistência é sinônimo de ambulância, que por sinal entrou em campo nesta 5ª feira no jogo entre Vasco e Botafogo, que assistia com os netos tricolores, quando um zagueiro do Botafogo apagou de repente e caiu sozinho, de cara para a grama, ficando desacordado; felizmente se recuperou). Ora, falar que um passe lateral de cinco metros ou uma recuada de bola pode ser comparado aos passes de 30 a 50 metros de Gerson e Didi para os atacantes, é debochar do verdadeiro futebol. Basta rever os jogos da Copa de 70 no México para ver que os geniais lançamentos de Gerson a Pelé e Jairzinho não eram assistência (termo que veio dos passes dos jogadores de basquete). Mas a questão é que tudo isso está ligado à jogatina do futebol. Aposta-se até se fulano vai receber um ou dois cartões amarelos. Um, no caso de Gabigol, é quase “pule de dez”. Há programas esportivos na TV dedicados a análises referentes a estas jogatinas, motivo para os resumos numéricos dos jogos transmitidos com patrocínio de um site de apostas, ou com exibição nos anúncios à beira do gramado ou nas camisas (tem sempre um “bet” qualquer coisa). O perigo desta jogatina já aconteceu na Itália, cujo futebol foi desmoralizado quando se descobriu um enorme esquema de corrupção. Aqui, o escândalo foi divulgado semana passada. Por enquanto, circunscrito às séries secundárias. Mas tudo é possível (corpo mole, furada, chute para fora e gol contra). Não esqueço de um jogo, acho que no Amazonas, no qual o zagueiro, na linha da área, em vez de jogar a bola para a frente desferiu um golaço nas redes de seu próprio time). Quem “profetizou” ganhou uma baba…

Bons tempos do futebol romântico em que as cidades “duelavam” em peladas de várzea e os prefeitos contratavam “craques” aposentados, e só o suborno garantia o resultado. O tal “craque” recebe uma bola limpa e vai entrando na área para fazer o gol, mas sussurra entredentes para o goleiro: “Vem ni mim, vem ni mim, que tô vendido”; e o goleiro replica, aflito: “Eu também tô, cara”.

GILBERTO DE MENEZES CÔRTES ” JORNAL DO BRASIL” ( BRASIL)

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