O PIX foi o principal meio de financiamento das manifestações antidemocráticos de extrema-direita. Um bombeiro foi preso hoje
O PIX, esbanjado por Jair Bolsonaro como uma facilidade financeira criada pelo seu governo, foi o principal meio de financiamento das manifestações antidemocráticos de extrema-direita, dos acampamentos bolsonaristas e da invasão aos Três Poderes. Agora, o mesmo PIX está sendo rastreado para identificar os principais organizadores da tentativa de golpe.
“Estamos com uma linha segura de investigação consistente justamente no rastreamento das movimentações financeiras realizadas através do PIX”, narrou um dos investigadores, de alto escalão da Polícia Federal, à reportagem da Reuters, sob anonimato.
É o PIX que permitiu as autoridades chegarem a nomes dos financiadores dos transportes e locomoção, alimentação e outros custos para milhares de bolsonaristas invadirem o Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal.
Até agora, 1.398 invasores foram detidos pela Polícia Militar e Polícia Federal. O grupo dos participantes, contudo, não é o mesmo dos financiadores. Outra lista de 52 pessoas e 7 empresas, presos na semana passada, entregou os financiadores dos transportes das diferentes regiões do Brasil à capital.
Bombeiro preso
Com o avanço das investigações, aos poucos, a PF começa a prender outras pessoas, acusadas de patrocinar e também de serem as cabeças do ato. Nesta segunda-feira (16), três deles alvos de mandados de prisão.
Um dos três alvos foi o bombeiro militar do Rio de Janeiro, subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior, preso em sua casa, em Campos dos Goytacazes. A corporação dos bombeiros informou, em nota, que repudia “veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito” e que irá instaurar um inquérito contra o acusado.
Ele foi levado ao Grupamento Especial Prisional, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, e ficará à disposição da Justiça e dos investigadores. Outras duas pessoas também seriam presas hoje, mas ainda não foram encontradas.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)