ANDRÉ LARA RESENDE, O AVALISTA GERAL DA NAÇÃO

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Mas não é especialista em análises setoriais, em visão sistêmica da economia – que deverá nortear os investimentos do BNDES

Aloizio Mercadante montou uma diretoria interessante para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Trouxe pessoas de mercado e técnicos ligados à Embrapii, a Embrapa da área industrial.

De um lado, provavelmente pensa em formas financeiras modernas de trazer o capital privado para os investimentos de longo prazo. De outro, traz especialistas em inovações, para o grande desafio de modernizar o parque industrial brasileiro para competir na era digital.

A visão sistêmica é fundamental, inclusive para rever a política de campeões nacionais. Cada investimento tem que ser analisado dentro do contexto de país, dos impactos sobre o mercado, sobre os fornecedores, sobre pesquisas e inovações, sobre o retorno na forma de empregos e impostos, sobre o potencial de exportação.

Por isso mesmo, não entendi nada sobre a nomeação de André Lara Resende para um conselho.

André é um grande pensador, mas especializado em política monetária. Será relevante para ajudar a desmontar os argumentos sobre a Lei do Teto e justificar, tecnicamente, um aporte do Tesouro no BNDES, assim como rediscutir as políticas de controle de liquidez do Banco Central e essa maluquice da taxa de juros neutra.

Do governo Temer para cá, o BNDES foi esvaziado, a pretexto de reduzir a dívida pública. Como consequência, o investimento privado caiu a níveis mínimos.

Mas não é especialista em análises setoriais, em visão sistêmica da economia – que deverá nortear os investimentos do banco.

Seria muito mais útil em um conselho dentro da Fazenda, do que avalista de Mercadante no BNDES.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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