Desde que Janio de Freitas foi demitido da Folha, sessão de leitores do jornal vive recheada de críticas de leitores
Desde que Janio de Freitas foi demitido da Folha de S.Paulo, a sessão de leitores do jornal está recheada, diariamente, de críticas de leitores, inconformados com a decisão.
Um dos leitores, Matinas Suzuki Jr., escreve que é “assombroza” a “quantidade de mensagens de desacordo com a decisão do jornal de privá-los da coluna de Janio de Freitas”.
Se me for permitido, como assinante deste jornal, eu ousaria sugerir à Folha meditar profundamente sobre a justa e ampla manifestação de solidariedade a Janio de Freitas.
A indignidade de sua demissão abriu as portas para especulações de toda natureza —e jornais, como os bancos, vivem de reputação, como ensinava um homem sábio que trabalhava no 9º andar do edifício da Barão de Limeira.
Sem ela, não há contenção de despesas que alivie a angústia à espera de novos cortes, numa espiral regressiva. Nas crises, o grande jornalismo reage com não conformismo, coragem, criatividade e, sobretudo, aliando-se ao seu principal apoiador, sua excelência o leitor.
Quem lê os comentários dos leitores da Folha desde o dia 16 de dezembro, assombra-se com a quantidade de mensagens de desacordo com a decisão do jornal de privá-los da coluna de Janio de Freitas, tenha ou tivesse ele 70, 80 ou 90 anos.
Um gesto de desagravo a quem era seu mais influente jornalista revelaria grandeza e despertaria esperanças. Sem reparação, altiva e generosa, será difícil à Folha convencer a opinião pública que não está no caminho que todas e todos estão pensando que está.
MATINAS SUZUKI ” JORNAL GGN” ( BRASIL)