“É explícito que o GSI está incitando esses civis, todo mundo sabe disso”, disse servidor que denunciou
Um servidor da Polícia Federal (PF) lotado na Presidência da República denunciou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo general Augusto Heleno, de estar por trás dos atos de vandalismo e golpistas em Brasília, na noite de segunda-feira (12), quando Lula e Alckmin foram diplomados.
A informação foi divulgada pela Revista Fórum, que obteve o relato do servidor público. “O que está acontecendo e, principalmente o que ocorreu ontem em Brasília, é terrorismo de Estado. O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa”, disse.
“O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro (do QG do Exército e nos acampamentos) e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente lá dentro (da área do QG) e logicamente ninguém fardado está aparecendo, porque essa é a forma de operar deles, uma guerra híbrida que alimenta e fomenta tudo que está ocorrendo ali”, continuou.
O portal informa que solicitou ao servidor a documentação de sua contratação, comprovando que ele efetivamente atua em cargo na Presidência da República.
“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”
Segundo a denúncia, a atuação de comandos militares e do próprio chefe do Gabinete de Segurança, comandado por Heleno, configurariam Terrorismo de Estado, estabelecido pelo Código Penal, quando se tenta abolir o Estado Democrático de Direito, com uso de violência ou grave ameaça. A prática é crime que pode levar à prisão de 4 a 8 anos, além de punição por violência.
Não é a primeira vez que o nome do general da reserva surge em meio às tentativas de derrubar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Antes mesmo das eleições, Heleno foi uma das figuras que levantou os primeiros questionamentos contra as urnas eletrônicas.
Ao lado de outros militares, como o general de divisão do Exército Heber Portella, convidado para integrar a Comissão de Transparência das Eleições, criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram os responsáveis por alardear, falsamente, suspeitas sobre o processo eleitoral brasileiro, conforme mostramos no especial Xadrez da Ultradireita.
No comando do ComDCiber, Portella respondia diretamente ao Ministério da Defesa e ao Departamento de Segurança da Informação do GSI, ambas pastas comandadas por militares aliados de Jair Bolsonaro (relembre aqui, aqui e aqui).
A denúncia divulgada pela revista Fórum indica, agora, que o GSI e os comandos do Exército também estariam diretamente envolvidos com os atos golpistas recentes. “É explícito, para quem está perto, que o GSI está incitando isso com esses civis, todo mundo que está por ali (Gabinete da Presidência) sabe disso”, completou o denunciante.
PATRICIA FAERMANN” JORNAL GGN” ( BRASIL)