A TELEVISÃO É UM BRINQUEDO MUITO CARO

Qual a surpresa que nos reserva a coxia desta caixa teatral da CNN Brasil de Rubens Menin?

CNN Brasil é mais um capítulo da mesma novela protagonizada por atores desavisados com o patrocínio de empresário despreparado, oportunista e aventureiro, mas com o objetivo de atender interesses políticos latentes, como já vimos em outros tempos recentes nos meios de comunicação do nosso País.

Rubens Menin, dono da emissora, segue o mesmo caminho de José Carlos Martinez que montou a Central Nacional de Televisão (CNT) e Hamilton Lucas de Oliveira, do Grupo IBF, que comprou e fechou a TV Manchete, a TV Jovem Pan em UHF, o Diário do Comércio e Industria (DCI) e várias rádios em São Paulo, Rio e Brasília.

Menin fez fortuna nos governos petistas sendo apontado no meio empresarial como o “embaixador” do programa Minha Casa Minha Vida. Mais de 10 anos depois, travestido de mecenas midiático, se apresenta ao mercado com as vestes de uma franquia estrangeira, querendo ditar normas de jornalismo independente.

O objetivo de Menin é o mesmo de Martinez e de Oliveira. O fim parece que também será o mesmo. Martinez, que foi tesoureiro da campanha vitoriosa de Collor de Melo, pegou dinheiro do esquema de corrupção montado por Paulo Cesar Farias para montar a sua Rede de Televisão. Foi denunciado, teve que responder à uma CPI e, com o impeachment de Collor, viu sua CNT desmilinguir.

Oliveira não montou rede de televisão. Saiu comprando tudo. Dono de uma gráfica, ficou milionário com o esquema de corrupção da Caixa Econômica do Estado de São Paulo, imprimindo cards de sorteios instantâneos, as famosas “raspadinhas”, durante o governo de Orestes Quércia.

Da fortuna ao infortúnio foram pouco mais de 20 meses. A Manchete voltou para as mãos da família Bloch e depois, vendida novamente, transformou-se na RedeTV. A TV Jovem Pan UHF acabou. Os jornais e as rádios, coincidentemente ou não, foram parar com parentes de Quércia e, recentemente, vendidos para o bilionário do setor de educação, Chaim Zaher.

Com o mesmo objetivo de desafiar a Rede Globo, os três empresários também seguem o mesmo roteiro. Demorou menos de um ano para descobrir que Collor e PC Farias estavam atuando nos bastidos da CNT de Martinez. E quase dois anos para saber que Quércia era o grande influenciador dos veículos de comunicação de Oliveira.

Qual a surpresa que nos reserva a coxia desta caixa teatral da CNN Brasil de Rubens Menin? Politicamente iniciou, em 15 de março de 2020, a serviço do governo de Jair Messias Bolsonaro e ninguém há de refutar esses indícios. Mas como superar a GloboNews, se hoje perde há meses para a Jovem Pan, emissora de rádio tradicional de São Paulo que se transformou em um planfetário fascista e veículo oficial do governo Bolsonaro.

Empresarialmente, que caminho seguirá? É um enlatado cuja matriz orienta empresários e bolsas no mundo todo. E aqui? Quando acabar o governo atual o que fará para ficar 24 horas no ar? Dará cobertura nacional das enchentes, do rompimento de barragens, do crescimento da pobreza e do desmatamento da Amazônia? Ou irá acompanhará diariamente as entrevistas de Lula na porta do Palácio do Planalto, mais uma vez como porta voz do programa Minha Casa Minha Vida, da mesma forma que a Jovem Pan fez com Bolsonaro?

O oxigênio já está no fim. As demissões não param. Hoje, o setor que mais trabalha na CNN é o RH. Será que vai depender de mais dinheiro do governo assim como aconteceu com Martinez e Oliveira? A televisão é um brinquedo muito caro para quem não sabe brincar.

O começo da CNN Brasil já não foi bom. Muitos erros em pouco tempo. Teve gente que “até morreu e continua passando bem no hospital”, como disse um dia uma repórter.  Nem precisamos citar aqui a comentarista de Brasília que afirmou que na bandeira do Brasil estava escrito “Independência ou Morte”.  Para a emissora, Equador e Chile não ficam na América do Sul. Esse é o estresse de grandes coberturas.

Mas… e agora, Menin? Vai investir na compra de eventos esportivos para ver se o Galo canta de novo? Ou usar a arena do Atlético-MG para shows de rock? Ah, mas não esqueça, por favor, de casos policialescos cheios de desgraça, desventura e flagelo já temos o Brasil Urgente e o Cidade Alerta.

ALBERTO LUCHETTI ” BLOG DO XONKA” / ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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