“Richarlison fez dois gols e, no segundo, ajudou a lembrar que, apesar de tantos momentos difíceis, a vida também pode ser bela”, escreve Paulo Moreira Leite
Pouco a pouco, o povo brasileiro cumpre seu destino histórico — recuperar a energia daquela nação sofrida mas promissora, que Bolsonaro pretendia destruir com violência e sangue.
Sabemos que, iniciado através de um passo fundamental — a vitória de Lula na campanha presidencial — este processo está seu início, após quatro anos de um governo de extrema direita no Poder.
Quando faltam poucos dias para a posse de Lula em seu terceiro mandato, em 1 de janeiro, os novos tempos começam a tomar conteúdo e forma. Coincidência ou não, isso acontece justamente num espetáculo onde, desde a vitória de 1958, brasileiros e brasileiras aprenderam a encarar como extensão da identidade nacional — o futebol.
Sabemos que cada Copa conta uma história e toda vitória tem seu próprio enredo, encontrando-se com o drama de cada época. Em 1970, tivemos um pesadelo: o tri conquistado no México fazia parte de uma tragédia maior, de um país que enfrentava a tortura e o porão da fase mais cruel da ditadura, onde os mestres de Jair Bolsonaro se formaram.
Em 2022, a vitória no futebol coincide com um tempo de recuperação dos direitos do povo.
Para completar, os craques fizeram sua parte, numa maravilhosa contribuição ao atual momento do país.
Richarlison fez dois gols e, no segundo, ajudou a lembrar que, apesar de tantos momentos difíceis, a vida também pode ser bela.
Sabemos, como dizem os estudiosos, que futebol é uma caixinha de surpresas — e TUDO pode acontecer antes do apito final. Não há dúvida, porém, que este início é um ótimo sinal.
(Não é por acaso que os bolsonaristas estão quietinhos).
Alguma dúvida?
PAULO MOREIRA LEITE ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)