COMO RICHARLISON PERDEU A POSSE DE UMA MANSÃO PARA O AMIGO DE FLÁVIO BOLSONARO

CHARGE DE NANDO MOTTA

Disputa por imóvel avaliado em R$ 10 milhões envolve manobras jurídicas e suspeita de fraude em assinaturas

A atuação de Richarlison na estreia do Brasil na Copa do Mundo no Catar, com dois gols do camisa 9 contra a Sérvia, aumentou as buscas pelo jogador no Google e também nas redes sociais. Além de louvar o ativismo político e social de Richarlison, internautas resgataram também uma reportagem do site Metrópoles que lançou luz sobre manobras jurídicas encampadas por um advogado amigo de Flávio Bolsonaro, que conseguiu tirar do jogador a posse de uma mansão “paradisíaca” em Angra dos Reis (RJ).

Na matéria de Metrópoles, consta que o advogado teria dado início ao processo para tomar a posse da mansão de Richarlison somente após o senador Flávio Bolsonaro e esposa terem visitado e demonstrado interesse na propriedade.

Mas depois que a reportagem repercutiu em vários sites, o advogado Willer Tomaz negou que Flávio seja o destinatário do imóvel e ainda envolveu outro político mineiro na questão, tudo em nota enviada à imprensa explicando o imbróglio.

Como Richarlison perdeu a posse da mansão

O advogado Willer Tomaz e Flávio Bolsonaro

Segundo a matéria original, Richarlison e seu sócio na empresa Sport 70, Renato Velasco, teriam comprado a mansão avaliada em 10 milhões de reais em meados de 2020. Eles compraram a posse do empresário Antônio Marcos Pereira Silva.

O imóvel em Ilha Comprida tem histórico: pertenceu à cantora Clara Nunes até 1983. Em 1986, o viúvo da cantora vendeu a possa para a empresa M Locadora. Desde então, a propriedade passou ainda para outros dois donos, antes de ser adquirida por Antônio Marcos, que revendeu a Richarlison.

Só que o advogado amigo de Flávio Bolsonaro, Willer Tomaz, passou a disputar a mansão na Justiça alegando que a única dona de uma propriedade em território da Marinha é a União. “Não há propriedade de particulares”, disse o advogado em nota à imprensa em setembro de 2022.

Tomaz ainda alegou à imprensa que “contratos particulares após 1986 assinados por pessoas diversas de M Locadora não têm nenhum valor jurídico, sendo que vender coisa alheia e pública pode configurar estelionato e ilícito administrativo.”

Na Justiça, Tomaz conseguiu uma ordem de reintegração de posse em desfavor de Richarlison e seu sócio. Eles até conseguiram reverter, mas perderam em segunda instância, e a esposa grávida de Renato Velasco, sócio de Richarlison, teve de desocupar o local.

Suspeita de fraude

A chave de tudo está na forma como o amigo de Flávio Bolsonaro conseguiu para si os direitos sobre a propriedade. Ele teria pago 2 milhões de reais em “pendências fiscais e administrativas da M Locadora, em troca da transferência do bem”, segundo apurou o Metrópoles.

Com isso, o advogado de Flávio Bolsonaro deu início ao processo de regularização da posse junto à União. Tomaz diz que os herdeiros da M Locadora não questionaram a transferência na Justiça. Mas uma das herdeiras diz que foi enganada para assinar documentos. Em outubro de 2022, o Metrópoles revelou que um laudo técnico realmente identificou fraude nas assinaturas.

Hoje, segundo o advogado de Flávio Bolsonaro, “a WT Administração [de Willer Tomaz] é a única e legítima titular de direitos sobre o bem, regularmente registrados e adquiridos da antiga titular, M Locadora, tendo igualmente obtido decisão judicial para entrar e ficar na posse do bem.” O caso segue tramitando na Justiça, e a hipótese de fraude pode gerar uma reviravolta.

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CÍNTIA ALVES ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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