E, ENFIM, A COPA DO MUNDO DE 2022

CHARGE DE FRAGA
  • O mundo viveu o ano de 2022 sobressaltado com a guerra promovida pela Rússia de Vladimir Putin para recuperar seus antigos territórios, próximos ao Mar Negro, em frente à Crimeia, que ficaram em poder da Ucrânia, após o desastrado fim, em 1992, da União Soviética. Temeu-se nas primeiras semanas do conflito, inclusive, que os embates poderiam levar o Velho Mundo à Terceira Guerra.
  • O governo português do socialista António Costa, acompanhando os passos da União Europeia, apoia a Ucrânia, enquanto, cá, o Brasil, do atual Presidente Jair Bolsonaro, embora neutro, não conseguiu esconder a simpatia por Moscou, seguindo a opção dos países do BRICS – sigla formada pela letra inicial de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na versão inglesa, South Africa.
  • O Brasil atravessou, aliás, um 2022 de grandes comemorações. A maior delas foi o Bicentenário da Independência, em setembro, precedida pelo centenário, em abril, da célebre Semana de Arte Moderna, que pretendeu revolucionar a pintura, a moda e a literatura. Outro evento que dominou o ano foi a acirrada disputa presidencial – ganha no último dia 30 de outubro por Luis Inácio Lula da Silva. E, quase ao final do ano, mergulharemos agora, de cabeça, na Copa do Mundo, que será realizada no Qatar, a partir deste domingo, estendendo-se até 18 de dezembro.
  • Brasil é um dos favoritos, claro, lembrando que a seleção canarinha, para além de ter vencido cinco vezes o Mundial (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), é a única a participar de todas as copas.  As demais campeãs estarão presentes ao Qatar – à exceção da mítica Itália, tetracampeã (1934, 1938, 1982 e 2006). A querida Azzurra foi eliminada, melancolicamente, na repescagem pela Macedônia do Norte, uma das seis repúblicas dos Bálcãs que integravam a extinta Iugoslávia, numa partida jogada na ensolarada Palermo, capital da Sicília, quando foi derrotada por 1 a 0.
  • A outra tetracampeã, a Alemanha, entrará em campo, ostentando os títulos de 1954, 1974, 1990 e 2014. É a única que poderá empatar em número de conquistas com o Brasil neste Mundial. Marcarão presença também as campeãs Uruguai (1930 e 1950), Argentina (1978 e 1986), França (1998 e 2018), Inglaterra (1966) e Espanha (2010). Destacam-se ainda algumas seleções cotadas a avançar, pelo menos, às quartas de final. Uma delas é a de Portugal, que contará, talvez, pela última vez, com o superstar Cristiano Ronaldo, de 37 anos, madeirense do Funchal, estrela dos relvados ingleses, a defender o popularíssimo Manchester United.
  • A Holanda é sempre candidata a fazer boa campanha. Ressaltaria, no grupo dos europeus, Bélgica, Croácia e Dinamarca. E, da América do Sul, o surpreendente Equador, que garantiu uma das quatro vagas do continente, ultrapassando selecionados tradicionais – como Chile, Paraguai, Peru e Colômbia. Mas, ao que tudo indica, as favoritas ao título continuam sendo as campeãs.
  •   Rússia e Ucrânia não irão ao Qatar. A primeira, castigada pela FIFA, por causa da guerra, e a outra, desclassificada, na repescagem, frente ao aguerrido País de Gales.  Pouco podemos esperar, todavia, dos selecionados das Áfricas e Ásia, bem como da Oceania e das Américas Central e do Norte, que, nas décadas recentes, passaram a frequentar o então ‘clube fechado’ da Coupe du Monde (nome original em francês da competição), graças à gestão populista do belga-carioca Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange (1916 – 2016), o legendário João Havelange, ao presidir a FIFA (de 1974 a 1998). Registre-se, contudo, que a Austrália conseguiu superar, na repescagem, o Peru. Não chegou, porém, a ser uma grande surpresa. Zebra mesmo será se a nação dos cangurus, amante do rugby, seu esporte nacional, conquistar o inédito título no Golfo Pérsico.           


ALBINO CASTRO ” PORTUGAL EM FOCO” ( BRASIL / PORTUGAL)

Albino Castro é jornalista e historiador

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