No post anterior, já se mencionava o “perfume Abílio Diniz” da investigação da PF sobre os “hackers” de Araraquara.
Um dos acusados, Gustavo Elias, diz que outro dos detidos, Walter Delgatti Neto, pretendia vender os arquivos hackeados de Sérgio Moro para o PT.
Assim, genericamente, na base do “ouviu dizer”.
Mas o hacker só acessou o telefone de Moro dois anos depois de ele ter apagado os arquivos do Telegram e o próprio ex-juiz declarou que não usou outra vez o aplicativo e que todos os seus usos anteriores foram apagados.
A que arquivos, então , se refere esta tentativa de venda?
A quem? Não se sabe e nem é preciso nenhum indício para se dizer que era ao PT.
Mas como a prova agora é invertida e cabe ao acusado, serve.
O mais curioso é que as as declarações foram dadas por Ariovaldo Moreira, defensor de Gustavo Henrique Elias Santos e de sua mulher, Suelen Oliveira. Que é – ou era, até pouco tempo – advogado também de Delgatti.
Há, evidente, um conflito de interesses que deveria interditá-lo.
Se uma parte acusa outra e o advogado é o mesmo, nem é preciso consultar os manuais éticos.
Só que é evidência é de que tudo está sendo jogado sobre o acusado que, noticiam os jornais, se quer fazer acordo de delação.
E cujo atual advogado diz que tem problemas emocionais.
Mas não há quase nenhum questionamento na imprensa.
O único antidoto para isso é a verdade e a verdade está nos diálogos vazados.
É preciso que eles venham logo à tona, para que as pessoas de boa-fé saibam o que move este jogo de encobrimentos.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)