Agora, a inflação se espalha por todos os poros dos Estados Unidos, enfraquecendo ainda mais as saídas democráticas.
A marcha da insensatez começa assim.
- O liberalismo ampliando cada vez mais as diferenças sociais e espalhando a pandemia da obsessão pelo dinheiro e acentuando a frustração de amplas camadas da população.
- Democracias cada vez mais cartelizadas e afastadas dos cidadãos, impedindo o Estrado de atuar como agente de equilíbrio e de promoção social..
- Mudanças no padrão de organização no mercado de informação, com o advento das redes sociais e dos aplicativos de mensagens criando novos padrões de participação dos cidadãos, para preencher a redução do espaço na política convencional.
Com esse plano de fundo, governantes em crise, o avanço da antipolítica abrindo espaço para a ultradireita e o grande álibi universal: uma guerra. De um lado, um governante autocrático, Vladimir Putin, levantando a bandeira do renascimento do império russo.
Do outro, um presidente fraco, Joe Biden, uma União Europeia sem protagonismo, uma organização multilateral, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) cuja única razão de existir é a guerra. E um jornalismo ocidental pró-cíclico, que dá pão e circo transformando os fatos mais relevantes em show.
Por aqui, uma das poucas decisões de bom senso do Itamarati, de acordo com a lógica histórica da instituição – a de que o conflito teria que ser resolvido via diplomática – foi fuzilada por jornalistas do show-bizz, travestidos de comentaristas internacionais.
Foram incapazes de pensar o dia seguinte, não a década seguinte, o século seguinte, mas o mês seguinte. É de uma miopia inacreditável.
No início da guerra, previmos o óbvio. No início, sob o impacto das cenas de guerra, uma multidão ululante querendo vingança e destruição da Rússia. Em um segundo momento, chega a conta, com a crise se espalhando por todos os países.
Os falcões da guerra assumem o protagonismo, por Luis Nassif
A maldição da cobertura midiática de enfoque único, por Luis Nassif
Na Itália, a ultradireita se prepara para assumir o poder, com um discurso voltado para os trabalhadores de pequenas empresas e outros órfãos da política.
Agora, a inflação se espalha por todos os poros dos Estados Unidos, enfraquecendo ainda mais as saídas democráticas.
Aqui, um gráfico mostrando o índice geral de preços ao consumidor, a inflação descontada energia e alimentos, e a inflação de alimentos.
O aumento da inflação acaba se refletindo em outros ativos. Confira o aumento de preços de veículos novos:
Ou o salto nos custos de saúde, depois da queda ocorrida na pandemia.
Em 10 anos, houve um aumento de 32% nos custos da saúde das famílias, mostrando as injustiças do modelo de saúde americano.
O mercado imobiliário é outro que vem se aquecendo devido aos efeitos da enorme liquidez da economia e do aumento da inflação.
LUIS NASSIF ” JOPRNAL GGN” ( BRASIL)