Mesmo com lugar de destaque, por ser presidente da República, Bolsonaro conseguiu a proeza de pagar mico na histórica posse de Alexandre de Moraes. Mais um vexame.
Nunca antes um presidente da República pagou um mico tão escancarado em uma plateia com tal nata de todos os poderes em todas as instâncias da nossa Federação. Na posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, a cada celebração do nosso mundialmente admirado sistema eleitoral explodiam aplausos entre ministros e ex-ministros do STF e os ex-presidentes da República Lula, Sarney, Dilma e Temer. Fernando Henrique mandou mensagem.
Foi uma impressionante festa democrática. Bolsonaro até tentou fazer parte, mas à medida que engrossaram as manifestações em favor do no nosso sistema eleitoral e das urnas eletrônicas murchou na mesa que presidia essa histórica solenidade. Os repórteres que estavam lá também registraram que Carlos Bolsonaro, o 02, artífice nas redes sociais dessa guerra contra a democracia também fingiu de morto.
Quem conhece a família Bolsonaro de perto aposta em uivos nessa madrugada no Palácio da Alvorada. A cada orador, inclusive do aliado Augusto Aras, a farsa de fraude nas urnas eleitorais virava pó. Quem convenceu Bolsonaro a ir lá, acompanhado de seus principais ministros, deve estar ouvindo poucas e boas. Foi um vexame.
Entrou na festa errada. Perdeu o bonde da história. Olhava pra frente ou pros lados e só via defensores da democracia, inclusive entre seu time que não queira passar vergonha. Via ex-presidentes da República, uma penca de ex-presidentes do STF e dezenas de governadores aplaudindo oradores que, puxados pelo ministro Edison Fachin, enfaticamente defenderam o sistema eleitoral do Brasil.
Em seu pronunciamento, Alexandre de Moraes fechou o caixão. Detonou com todos argumentos e letras a narrativa da tropa de Bolsonaro contra a lisura das eleições no Brasil desde a adoção das urnas eletrônicas: “Somos 156 milhões de eleitores aptos a votar. Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular. Mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados no mesmo dia, com agilidade, segurança e competência. Isso é motivo de orgulho nacional — afirmou Moraes durante seu discurso.
O que todos os poderes antigos ou atuais da República foram manifestar nessa histórica solenidade no Tribunal Superior Eleitoral é que ditatura nunca mais.
É isso aí.
ANDREI MEIRELES ” BLOG OS DIVERGENTES” ( BRASIL)