CHARGE DE AROEIRA
Estão chegando ao fim simulações e dissimulações próprias dos processos eleitorais.
Sergio Moro naufragou e os escaleres que dele se lançaram ao mar já subiram pela murada do bolsonarismo, dando a ele alguns pontos nas pesquisas.
Simone Tebet e João Doria, que pouco tinham, viraram candidatos cenográficos.
Ciro, afável como um porco-espinho, virou uma curiosidade eleitoral.
A decisão a ser tomada está clara e quem quiser fugir dela deve saber que está desprezando seu próprio direito de escolha, pois facilita quem tem o maior defeito possível numa democracia: aspirar a um papel de ditador.
Se o primeiro turno das eleições vai se tornando como o segundo, a escolha entre apenas dois, é natural que as tendências do voto também sigam este caminho.
Sobretudo, porque adiar a decisão abre espaço para os já mais que claros planos golpistas, do uso da força contra a vontade das urnas.
É preciso que se diga isso com clareza às pessoas.
Como é preciso que se diga que o desastre econômico provocado por um governo sem projeto, movido apenas aos humores e conveniências eleitorais do atual ocupante do Planalto está à beira de nos lançar em um feroz torvelinho de recessão com inflação, onde as gôndolas dos mercados parecem túneis de trem-fantasma.
Não se vislumbra, sequer, uma tentativa de controlar a torrente, expressa numa perda de renda dramática da população e por uma disseminação nunca vista das elevações de preço.
Já não é uma escolha serena, de perfis suaves, cheia de fairplay como deveria ser próprio de uma democracia consolidada.
É um jogo de vida ou morte da própria democracia.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)