CHARGE DE FRAGA
Lembra dos tempos de escola, onde se tinha de aprender a calcular o número de arestas de um poliedro, aqueles sólidos cujas faces são polígonos regulares?
Pois se aquilo era difícil, mais ainda é o cálculo das arestas políticas que Sergio Moro tem em sua malsinada campanha presidencial.
Ana Luiza Albuquerque e Catia Seabra, na Folha, dizem que o ex-juiz enfrenta problemas para compor palaques em “sete dos oito estados mais populosos do país”.
Um avaliação até generosa do Moro, porque não parece que ele vá ter palanque exclusivo para a sua candidatura.
Até no Paraná, seu castelo, a coisa anda esquisita, com o apoio de Álvaro Dias ao governador Ratinho Júnior, aliadíssimo de Bolsonaro, que já mandou um recado de que quer exclusividade, ao ameaçar lançar o deputado Filipe Barros, do PSL e seu companheiro no inquérito de violação de sigilo que está no STF.
A insistência de Alvaro Dias em firmar aliança com Ratinho gerou conflitos dentro do próprio Podemos. Defensor de candidatura própria no estado em apoio a Moro, o ex-deputado César Silvestri deixou o comando estadual da legenda na última semana. (…) Silvestri se filiou ao PSDB, partido pelo qual disputará o governo paranaense. Ele diz que a legenda o convidou a construir uma candidatura alinhada ao projeto nacional da legenda, que tem como presidenciável o governador João Doria.
Em São Paulo, os poucos prefeitos do Podemos ameaçam debandar, porque Moro passou a ficar debaixo das asas de “Mamãe Falei”, o caricato guru de Moro em terras paulistanas, que marcou 2 e 3% na pesquisa Datafolha de meados de dezembro.
Em alguns estados, ainda terá apoio de candidatos que escapem das pressões de Jair Bolsonaro para deixá-lo capenga ou que queiram arriscar-se a pendurar suas próprias candidaturas a um presidenciável sem apoio popular se sem prestígio nas alianças políticas.
Deixo que os leitores busquem os detalhes na matéria, e fico apenas na observação dos sucessivos fracassos daquele que imaginou aparecer como uma avalanche na política, arrastando todos atrás de si.
O que ele conseguiu foi apenas um lamaçal, no qual ele próprio vai se afundando.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)