
Em 2017, já com Renata Abreu no comando, o partido mudou seu nome para PODEMOS, copiando o nome de um partido espanhol que rigorosamente nada tem a ver com ele, com a intenção de varrer seu passado para debaixo do tapete.
Dorival de Abreu tinha sido Deputado Federal pelo PTB e foi cassado pelo regime militar. Sempre foi de esquerda, amigo de José Dirceu e Renan Calheiros. Foi proprietário da Rádio Marconi, cassada pelo regime militar exatamente por suas posições de esquerda. No PTB, no fim dos anos 80 foi presidente da DATAMEC, empresa do Ministério do Trabalho e Previdência.

Em 1991, Dorival de Abreu recebeu uma indenização de US$ 20 milhões da União, referente ao fechamento da rádio Marconi. Em 1994, saiu do PTB devido a divergências com Roberto Jefferson e Campos Machado.
Em 1995 fundou o PTN, com o objetivo de disputar a Câmara Federal nas eleições de 1996. O PTN original era o partido de Hugo Borghi, grande eleitor de Vargas em 1950. Borghi criou a campanha que dizia que o Brigadeiro Eduardo Gomes não queria o voto dos “marmiteiros”. Era também o rei do algodão e grande empresário, durante o governo Vargas.
Borghi usou largamente o Banco do Brasil para seus negócios e ganhou fama de corrupto – rei por largo tempo, tendo também envolvimento no financiamento do jornal ÚLTIMA HORA, de Samuel Wainer, criado para defender Vargas.
Borghi era muito amigo de Dorival de Abreu, que o consultou para usar o nome PTN. A autorização foi dada entusiasticamente. Hugo Borghi ainda era vivo e estava em ótima forma quando foi fundado o 2º PTN, o que deu ao partido o enraizamento com o varguismo de 1950.
Em 1996, Dorival investiu pesadamente recursos próprios na campanha, que ficou a cargo de seu filho mais velho, Marco Aurélio, e seu “assessor” (de Marco Aurélio) mais próximo naquele momento, José Davi Xavier. Dorival não se elegeu, e em auditoria nas contas de campanha, constatou-se que Davi simplesmente sumiu com um ônibus.
O PTN e o governo Pitta

Em 1998, após tentativas frustradas de chegar à Câmara através da suplência (Dorival em 1996 ficou como quarto suplente, três abriram vaga, mas com o último não houve acordo), Dorival resolveu filiar no PTN o deputado Talvani Albuquerque, em vias de ser cassado pelo assassinato da então deputada Cessí Cunha, para ficar com seu lugar. Tal movimento causou um racha no partido.
Em 1999, o prefeito de São Paulo, Celso Pitta, filia-se ao PTN, e como contra partida, foi dada ao partido uma secretaria na administração municipal, para a qual Dorival indicou seu filho Marco Aurélio.
No dia de sua posse Marco Aurélio foi preso por Romeu Tuma Jr. e solto horas depois. Este fato até hoje não foi explicado, não havia um motivo claro, o delegado disse que se baseou em denúncia anônima e que tinha que averiguar, do contrário estaria prevaricando. Tuma tinha bom relacionamento com o próprio Marco, então ninguém entendeu nada. Depois do problema da posse, a secretaria foi trocada pela PRODAM, empresa de processamento de dados do município de SP.
Marco Aurélio não assumiu cargo lá, mas indicou o presidente, colocou, em um primeiro momento, José Davi Xavier (o do ônibus) como chefe de gabinete. Não durou três meses devido ao seu temperamento difícil. Nomeou então seu cunhado (irmão de sua esposa) para a mesma função, a fim de fiscalizar o presidente indicado, assim como negociou vários cargos por lá. Fez também outro cunhado diretor (então marido de uma de suas irmãs) e as irmãs gerentes, entre outros.
Marco teve um câncer fulminante ainda em 1999 e faleceu em questão de meses após a descoberta da doença.
Em 2004 morreu Dorival de Abreu. Sem Marco Aurélio (o único de seu lado familiar que tinha ao menos condições operacionais de controlar o partido), seu irmão José assumiu a presidência do partido, pondo de lado todo o ramo familiar de Dorival.
José de Abreu (deputado por um só mandato), pai de Renata Abreu, seguiu a mesma linha do irmão Dorival, sendo proprietário da Rádio Atual, dedicada aos nordestinos, raiz populista de sua eleição.
Em 2017, já com Renata Abreu no comando, o partido mudou seu nome para PODEMOS, copiando o nome de um partido espanhol que rigorosamente nada tem a ver com ele, com a intenção de varrer seu passado para debaixo do tapete.
Em 2021, não satisfeito com o lavajatista Álvaro Dias, o PODEMOS traz para seus quadros o juiz parcial Sérgio Moro, cujo ativismo judicial e estupro das leis brasileiras elegeram o atual governo, do qual o ex-juiz foi sócio; e destruiu a economia do país, ainda sem sucesso nas tentativas de também destruir a democracia.
LUIS NASSIF “JORNAL GGN” ( BRASIL)