Sérgio Moro anunciou o general Santos Cruz, seu ex-colega de campanha eleitoral [2018] e de ministério bolsonarista [2019], como um dos conselheiros da provável candidatura presidencial. Não surpreenderá, inclusive, se este general vier a ocupar posto mais alto na chapa, como vice de Moro.
Santos Cruz se “vende” na imprensa e é “vendido” pelo partido dos generais à imprensa – e é “comprado” pela imprensa – como um militar equilibrado, tolerante, democrata, civilizado, respeitoso …
E, claro, com isso ele se camufla como uma falsa “dissidência” do governo militar, porque destoa como uma voz legalista e profissional das fileiras militares. Desse modo, se habilita como estepe de substituição para a continuidade do projeto de poder dos militares.
Em peça de propaganda da campanha eleitoral do Bolsonaro em 2018 [vídeo aqui], da qual Santos Cruz foi um dos coordenadores ao lado do então general da ativa Luiz Eduardo Ramos e de outros integrantes [fora-da-lei] do Alto Comando do Exército, o general sacraliza Bolsonaro como democrata e libertário e demoniza o candidato petista Fernando Haddad como nazista, fascista, racista … [sic]:
“Meu voto é pro Bolsonaro. Bolsonaro representa a democracia, representa a liberdade. O Haddad representa a ditadura, representa o fascismo, representa nazismo, representa racismo, divisão do país em cores, regiões etc.
Então, é a hora da opção. O gigante acordou. O Brasil vai votar Bolsonaro que é pra reverter esta situação e tirar o atraso do tempo perdido com toda esta gente corrupta”.
Não vem ao caso esclarecer a confusão mental e os conceitos estapafúrdios que decerto sejam incutidos nas academias militares, mas é importante destacar a contaminação ideológica de extrema-direita e de um anticomunismo com cheiro de naftalina nos estamentos militares.
Rosângela Moro, esposa de Sérgio Moro, já disse em precisa síntese e retratando a mais pura verdade, que “Bolsonaro e Moro são uma coisa só”.
JEFERSON MIOLA ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)