No final de março – e, portanto, com os dados do primeiro trimestre já razoavelmente conhecidos – o Banco Central previa uma expansão de 2% no PIB brasileiro.
Hoje, três meses depois, cortou-a para menos da metade: 0,8%.
Admita-se que, embora não devesse, o BC estivesse ainda envolvido pela onda de otimismo com o governo Bolsonaro, ainda que isso não recomendasse misturar “sentimento de mercado” com dados econômicos objetivos. Mesmo assim, se tiver um tiquinho de otimismo na primeira previsão, para cortá-la, em 90 dias, a menos da metade é sinal gravíssimo.
Como ninguém espera que o trimestre que está se encerrando se afaste muito do zero, o corte abrupto embute uma previsão desastrosa para o segundo semestre do ano.
Segunda-feira, quando for revelado, a estimativa do mercado financeiro vai ter, provavelmente, sua 18ª queda consecutiva.
A economia se afunda, mas o mercado da especulação segue soltando foguetes, com Bolsa a 100 mil pontos.
Nem é preciso dizer como estas coisas acabam, não é?
Ou então, foi praga do japonês.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)