Demissão foi publicada no Diário Oficial da União nesta tarde
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão nesta 4ª feira (23.jun.2021). Assume o cargo Joaquim Alvaro Pereira Leite. A troca foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) nesta tarde. Depois da publicação oficial de sua saída, Salles deu uma declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
“Eu vim anunciar que apresentei ao presidente da República [Jair Bolsonaro] e ele já aceitou e foi publicado o meu pedido de exoneração do cargo de ministro de Estado do Meio Ambiente. Cargo esse que muito me honrou o convite e eu desempenhei da melhor forma possível ao longo de dois ano e meio“, declarou Salles.
“Eu entendo que o Brasil, ao longo deste ano e no ano que vem, na inserção internacional e também na agenda nacional, precisa ter uma união muito forte de interesses e de anseios e de esforços. E para que isso se faça da maneira mais serena possível, apresentei ao senhor presidente o meu pedido de exoneração, que foi atendido”, disse. “Eu serei substituído pelo secretário Joaquim Álvaro Pereira Leite, que também tem muita experiência e conhece todos esses assuntos”, afirmou.
Salles não respondeu perguntas. O agora ex-ministro citou ações da sua gestão e afirmou que seguiu a orientação do presidente Jair Bolsonaro de procurar o “equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente“. Ele disse ainda que em seu tempo no ministério buscou o “respeito” ao setor privado, ao agronegócio e ao produtor rural brasileiros e empresários. O ministro é alvo de investigação por favorecer madeireiros.
O novo ministro da pasta, Joaquim Alvaro Pereira Leite, é o atual secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do Ministério do Meio Ambiente.
INVESTIGAÇÃO
No dia 19 de maio, a Polícia Federal deflagrou busca e apreensão em endereços ligados a Salles e ao Ministério. A ação teve como objetivo , segundo a PF, apurar crimes corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando. Os delitos teriam sido praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
A operação, batizada de Akuanduba, foi deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Eis a decisão (636 kb).
A decisão judicial ainda determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Salles. A casa do ministro do Meio Ambiente, na região central de São Paulo, o imóvel funcional que ele ocupa em Brasília e um gabinete da pasta no Pará estão entre os endereços visitados pelos agentes da PF. Somente 19 dias depois da operação, Salles entregou o seu celular à PF.
ALICE CRAVO E EMILY BEHNKE ” BLOG PODER 360″ ( BRASIL)