O esforço de Fernando Henrique Cardoso para animar uma candidatura própria do PSDB — o nome da hora é Tasso Jereissati — contém um ensinamento indispensável nesta conjuntura.
A situação ajuda a lembrar a lição básica. Mesmo num país onde a barbárie se instalou no Planalto, as diferenças de projeto político e compromisso social — em outros ambientes se fala “classe social” — continuam a definir as questões fundamentais da vida pública.
Por essa razão, em 2022, Fernando Henrique e o setor político que representa estão condenados a fazer um movimento fácil de reconhecer.
A prioridade, hoje é encontrar uma candidatura capaz de derrubar Lula da condição de candidato natural a enfrentar Bolsonaro e assim garantir espaço no segundo turno. Esta é a meta, o alvo.
No já célebre almoço no apartamento de Nelson Jobim, FHC deixou claro que poderia dar seu voto a Lula numa situação específica — caso não tivesse candidato próprio na segunda rodada.
Ainda que o movimento possa ter estimulado o conhecido auto-engano de quem, após oito eleições presidenciais, não aprendeu a reconhecer as diferenças essenciais entre um e outro, é bom refletir sobre isso.
Alguma dúvida?
PAULO MOREIRA LEITE ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)