Anterior à Vaza Jato, trabalho do GGN compilou e aprofundou as discussões em torno dos indícios, há muito já existentes, de que a cooperação internacional entre EUA e Lava Jato estava recheada de irregularidades
Em janeiro de 2020, o GGN lançou uma série de 5 vídeos chamada “Lava Jato Lado B: A influência dos EUA e a indústria do compliance”. O trabalho exclusivo do GGN, idealizado por Luis Nassif, compilou e aprofundou as discussões em torno dos indícios, há muito já existentes, de que a cooperação internacional entre Estados Unidos e Lava Jato estava recheada de irregularidades, mesmo com a força-tarefa de Curitiba negando e tratando as denúncias como “teorias da conspiração”.
Em uma das entrevistas obtidas com exclusividade pelo GGN para a série documental, o advogado André de Almeida relatou que agentes americanos viajavam a Curitiba, com total discrição, ao menos desde 2015. Almeida conhecia os bastidores da operação e viajou algumas vezes a Curitiba e aos Estados Unidos, pois foi um dos advogados que impôs uma das maiores derrotas judiciais da história à Petrobras: o pagamento de quase 3 bilhões de dólares em indenização aos acionistas americanos, numa “class-action” (ação de classe) movida em Nova York.
Em artigos anteriores, o consultor e colunista do GGN, André de Araújo, já alertava para o desrespeito, pela Lava Jato, ao acordo de cooperação internacional assinado por Brasil e Estados Unidos em 2001, que estabelecia uma autoridade central (no caso, o Ministério da Justiça) para administrar a relação entre os dois países em matérias penais. As mensagens da Vaza Jato, liberadas em junho de 2019, meses após o lançamento do GGN, confirmaram o que já se suspeitava: que os procuradores e policiais brasileiros falavam diretamente com os agentes americanos e suíços, passando longe dos olhos do governo Dilma.
O GGN analisou relatórios sobre as viagens dos procuradores de Curitiba; entrou em contato com a extinta força-tarefa de Curitiba; acessou a íntegra dos acordos que a Petrobras assinou com a SEC e o DOJ, nos Estados Unidos; entrevistou os advogados do ex-presidente Lula, diplomatas e especialistas em direito internacional; recuperou imagens do evento em que um agente americano assumiu, publicamente, e pela primeira vez, que a parceria entre Lava Jato e EUA rendeu a prisão de Lula; esclareceu os diferentes processos que tramitaram nos EUA contra a estatal brasileira e explicou como os norte-americanos construíram, ao longo de décadas, a máquina de intervenção geopolítica, sob o manto de luta anticorrupção, que espalha tentáculos por vários países do mundo, sempre no intuito de processar e multar grandes empresas multinacionais, além de mostrar como a Lava Jato desenvolveu a indústria do compliance no Brasil – da qual, aliás, agora tiram proveito o ex-juiz Sergio Moro e outros dissidentes de Curitiba.
Tudo isso foi compilado em 5 vídeos de cerca de 20 minutos cada um, que compõem a série “Lava Jato Lado B – A influência dos EUA e a indústria do compliance”. A série foi produzida no final de 2019 e lançada no começo de 2020, com financiamento coletivo (doações de leitores do GGN). Em 2021, o GGN lançou outro projeto especial sobre Lava Jato, o vídeo “Sergio Moro: A construção de um juiz acima da lei”, disponível aqui.
Assista abaixo à série sobre a influência dos EUA na Lava Jato:
1- Como a anticorrupção virou bandeira política dos EUA
2- A cooperação internacional BRA-EUA: do Banestado à Lava Jato
3 – A geopolítica do capital: Brasil (e pré-sal!) na mira dos EUA
4 – Os processos que a Petrobras enfrentou nos EUA
5 – A indústria do compliance
EPISÓDIO 1:
EPISÓDIO 2:
EPISÓDIO 3:
EPISÓDIO 4:
EPISÓDIO 5:
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)