Nos meses de março e abril, os leitores dos chamados jornalões corporativos impressos se depararam com uma guerra publicitária entre ” O Globo” e a ” Folha de S.Paulo tentando comprovar qual deles tem mais assinantes, vende mais em banca ou tem maior circulação no Brasil.
Usando diversas fontes e números, em páginas e mais páginas,, os dois representantes da mídia da Casa Grande apregoaram de forma espetaculosa as virtudes de cada veículo.
Nem ” O Globo” e nem a “Folha” se precuparam em fazer uma autocrítica de seus pecados jornalísticos, quando se tranformaram em mera correia de transmissão da assessoria de imprensa da Lava Jato, gerando prejuízos para empresas brasileiras, desemprego, destruindo a credibilidade da justiça brasileira e de figuras públicas.
Aliás, credibilidade que tentam obter ao incorporar em suas páginas centenas de brasileiros de prestígio, que passam a ser conhecidos como colunistas, substituindo de maneira indireta jornalistas qualificados que são expulsos das redações.
Esse chamado pensamento plural da sociedade brasileira ocupa agora o espaço anteriormente reservado aos cronistas, homens e mulheres que escreviam sobre ” fait divers”, os chamados respiradouros entre a notícia, a opinião e as reportagens.
O problema desses novos colunistas é que a maioria se acha acima do bem e do mal, ao tentar impingir suas opiniões publicadas como se fossem a última novidade farmacológica.
Reportagens investigativas, nem pensar, pois faltam jornalistas.E os leitores que se danem !
PS: primeiro artigo de uma série de reflexões sobre a imprensa brasileira contemporânea.
PATRÍCIO BENTES ” ALLTV” ( BRASIL)
Patrício Bentes é jornalista e sociólogo