CHARGE DE NANDO MOTTA
No momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF), tardiamente, reconhece a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e confirma métodos pouco ortodoxos utilizados pela Força Tarefa da Lava Jato, em Curitiba, abro mão, por alguns instantes, da modéstia. Enfim, após seis anos batalhando, dando murro em ponta de faca, nadando contra a maré lavajatista, me acho no direito de reconhecer: “Nós alertamos!”.
Muito provavelmente também cometi erros, dos quais me desculpo. Mas, de uma maneira geral, as mais de 80 reportagens (relação dos links abaixo) que fiz aqui no Blog “Marcelo Auler – Repórter” mostrando, e comprovando com documentos, ilegalidades cometidas pela Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba, foram confirmadas. Sempre apontamos irregularidades e possíveis crimes e alertamos para a necessidade de puni-los. Nem sempre isso aconteceu. A Lava Jato defendeu os seus.
Certamente todas estas reportagens e alertas é que despertaram em Luiz Carlos Azenha, de Viomundo, o interesse por me entrevistar (ouça aqui a conversa), até exagerando nos elogios e indicando primazias que certamente não tenho. Mas a postagem dele me motivou neste texto/agradecimento, mostrando o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos.
Um grande resumo de tais ilegalidades apresentamos recentemente, junto com Luís Nassif e Cintia Alves, do JornalGGN, no documentário “Sérgio Moro: a construção de um juiz acima da lei”, que hoje (24/03) conta com mais de 156 mil visualizações;
Cumprimos nosso dever: RE POR TA MOS!
Ao longo desta jornada, apanhei de colegas, fui processado cinco vezes por delegados da Polícia Federal – conseguindo absolvição em quatro destes processos e aguardando a última decisão ainda por vir – fui tratado como se defendesse corruptos.
Na realidade, desde a primeira reportagem – “Lava Jato revolve lamaçal na PF-PR”, editada em 20 de agosto de 2015 – venho alertando para a necessidade do combate à corrupção dentro das regras do Estado Democrático de Direito. Respeitando-se acima de tudo o devido processo legal e a presunção de inocência prevista na Constituição Cidadã.
Mesmo reconhecendo um certo exagero nas colocações do Azenha, de Viomundo, não há como deixar de sentir o dever cumprindo quando verificamos que fizemos o que tínhamos que fazer por dever profissional: RE POR TAR!
Aqui cabem muitos agradecimentos, a começar por uma querida ex-companheira que me incentivou a criar o BLOG e muito me ajudou no início dessa caminhada.
Agradeço em especial às muitas fontes cativadas nestas quase cinco décadas de jornalismo – algumas que jamais se tornarão públicas, para evitar comprometimento e constrangimentos. Foi por elas confiarem em mim, que pude trazer no BLOG histórias e informações inéditas.
Ficam os agradecimentos também aos colegas de jornalismo independente – Nassif (e toda a turma do JornalGGN), o próprio Azenha, Leonardo Attuch e o pessoal do Brasil247 e do Jornalistas Pela Democracia, ao Fernando Brito, do Tijolaço, Pedro Rovai, do Fórum, e ao Kiko Nogueira, do DCM e tantos outros que me abriram espaços reproduzindo minhas reportagens e dando visibilidade ao meu trabalho.
Agradeço ainda, na pessoa do Rogério Bueno da Silva, de Curitiba, aos diversos advogados, de cidades diferentes, que atuaram nas minhas defesas, por acreditarem ser fundamental a Liberdade de Expressão e, consequentemente, de Imprensa. Foram muitos, como já afirmamos anteriormente, o que demonstra também o que o chamado assédio judicial provoca naqueles que, sem estrutura empresarial, se dedicam à pratica do jornalismo independente e livre.
Além de Bueno da Silva, contamos com a ajuda de Tarso Cabral Violin e Thaisa Wosniack, em Curitiba (PR); do professor Nilo Batista e dos advogados Matheus Cardoso e Carlos Bruce Batista, do Escritório do Professor Nilo Batista, que assumiram nossa defesa criminal, conseguindo nos absolver; Cláudio Pereira de Souza Neto, Beatriz Veríssimo de Sena e Ana Beatriz Vanzoff Robalinho Cavalcanti, do escritório, em Brasília, Souza Neto & Sena, que atuaram, também gratuitamente, representando o Instituto Vladimir Herozg junto ao STF; Luís Guilherme Vieira, do escritório Luis Guilherme Vieira Advogados Associados, na época com a ajuda de Aline Amaral de Oliveira, Lucas Rocha e Ana Carolina Soares, que cuidaram do início da nossa defesa na ação criminal; Claudismar Zupiroli, do escritório Zupiroli, Rodrigues & Alves, Advogados Associados, de Brasília, que representaram a FENAJ; Antônio Carlos Porto Jr. que cuidou da nossa defesa no Rio Grande do Sul; Marco Antônio Barbosa e Virginia Veridiana Barbosa Garcia, do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo, Gasparian – Advogados, de São Paulo, que nos defendem, junto com a revista CartaCapital.
Dedicaram-se à causa sem nada cobrarem por isso. Antes pelo contrário, às vezes bancando até despesas, como ocorreu Porto Jr, nas viagens no seu carro que fizemos entre Porto Alegre e Santa Cruz do Sul. Toda esta lista demonstra o muito trabalho que dei para que fizessem prevalecer no Judiciário a verdade.
Sem dúvida, porém, o principal agradecimento é aos leitores e seguidores do Blog. Aqueles que, reconhecendo meu trabalho, até hoje ajudam, com suas contribuições financeiras, em valores e periodicidade diversas, financiando meu sustento e meus gastos. Destaco aqui, sem desmerecimento aos demais apoiadores e às muitas amizades cativadas na capital paranaense, o apoio da amiga Ivete Caribé, de Curitiba, cuja portas da casa se abriram para me receber em cada estada minha naquela cidade.
Sem estes apoios e incentivos não teria conseguido chegar até aqui. Deles ainda dependo para continuar nesta jornada.
Desculpem se me estendi, mas entendi, no meio de alguns elogios exagerados, ser necessário registrar meu agradecimento a todos que contribuíram ao longo desta caminhada de seis anos.
Vamos em frente, pois o trabalho de RE POR TAR não pode parar, por mais cansaço que tenhamos
Obrigado a todas e todos.
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