Todas as vezes que um dos seus filhos cria embaraços ao governo, o presidente dispara impropérios para criar polêmica e mudar o tema que realmente o incomoda
É impressionante a capacidade de Jair Bolsonaro de criar factoides para distrair a opinião pública e tentar tirar o foco do que realmente o incomoda. Depois que a imprensa descobriu a compra da mansão no Lago Sul pelo filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, por R$ 6 milhões, seu primogênito segue alvo de inexplicáveis transações imobiliárias. Tudo indica que a rachadinha que tanto lucro rendeu no Rio de Janeiro virou federal.
Ao disparar mais uma das suas pérolas contra a população afetada pela pandemia, Bolsonaro mira nas manchetes dos sites e telejornais que insistem em noticiar a queda brutal do PIB, a falta de vacinas pela incompetência do seu Governo e, principalmente, mais um escândalo envolvendo um dos seus filhos. Quer empurrar para o pé da página os assuntos que não o agradam e se coloca como o grande líder que defende a economia em detrimento da vida humana.
Pelo tanto de barbaridades que disparou desde o início da pandemia – “e daí? ”, “não sou coveiro”, “A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”, “país de maricas” – Bolsonaro já provou que não tem a mínima empatia pelo sofrimento das famílias das vítimas da doença. Para ele, de fato, a dor pelo aumento assustador do número de mortos, já passamos dos 260 mil, não passa de bobagem.
Ao afirmar em um discurso que “chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, ele apenas reafirma, de maneira explícita, uma postura genocida. Infelizmente, para nossa vergonha, humilha o país e choca o mundo inteiro. Em sua mentalidade doentia, ele acredita que esse tipo de postura não afetará sua popularidade. Conta com sua suposta capacidade de inverter a verdade e terceirizar a culpa sem jamais assumir a responsabilidade pelos seus atos ou omissões.
A história é repleta de exemplos de governantes malucos que cavaram a própria sepultura. Mesmo assim, Bolsonaro tenta com esses tiros a esmo tirar de foco assuntos mais incômodos e dos quais ele não poderá terceirizar a culpa. Os escândalos envolvendo sua família é um desses temas.
Tanto é assim que ninguém mais falou ou escreveu uma linha sobre o uso da Abin na defesa de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. Um escândalo dos mais cabeludos, que vem jogando todo seu seu cacife, para barrá-lo nas mais variadas instâncias judiciais. O propósito é relegá-lo ao esquecimento.
O mesmo método usado nas investigações sobre a disseminação de fake news e o gabinete do ódio que envolvem diretamente o vereador Carlos Bolsonaro, o filho 02, e o deputado Eduardo Bananinha, o 03. Como disse o ex-senador Delcídio Amaral, ao justificar porque entregou comparsas de maracutaias em governos petistas, fera acuada, ataca.
O que mais impressiona é que esse joguinho de sempre, por causa do cargo presidencial, ainda consiga alguma repercussão, sem nenhuma punição. Isso é um absurdo. Frescura e mimimi, presidente, é usar o manto da “imunidade” parlamentar para se livrar de investigações. É usar e abusar dos instrumentos do Estado em beneficio próprio. É se aproveitar do batalhão de seguranças para agredir jornalistas e desrespeitar os mortos.
Quando você agride às mães alheias, trata mortes como mimimi, por respeito a sua mãe, nem merece resposta.
Só uma dica. Tome tenência.
Chega!!
EDNA LIMA BLOG OS DIVERGENTES” ( BRASIL)