Ontem foi dia de tirar fotos, fazer discursos e levantar as mãos para o céu.
Hoje, é hora de enfrentar a dura realidade.
A vacina “do Brasil” não é “do Brasil”; é “do Brasil e da China”. Não é “do Butantã”, mas “do Butantã e da Sinovac”.
A dura realidade é que tanto o Butantã quanto a Fiocruz (vacina da Oxford) dependem de insumos da China para fazer vacinas.
E o problema é que a encomenda para o Butantã está com 15 dias de atraso, sem explicações e o estoque acaba no fim desse mês.
A Fiocruz não recebeu insumo algum ainda.
Sem insumos chineses a produção para. Como também a vacinação.
O risco não é a China romper os contratos que assinou com o Butantã e com a Fiocruz, deixando de entregar e sim adiar as remessas o que poderá acarretar atraso na produção e paralisação da vacinação.
Agora que assumiu a vacina como sua – “não é de nenhum governador” disse Bolsonaro – o governo tenta estabelecer pontes diplomáticas com a China para garantir as remessas e não sofrer mais um fracasso no combate à pandemia.
Mas a única decisão que poderia melhorar as relações e abrir um canal de diálogo mais produtivo com o governo chinês seria afastar Ernesto Araújo.
Ou Bolsonaro entrega a cabeça do chanceler anti-China ou a China não fará esforço algum em prol da “vacina do Brasil”.
A escolha cabe a Bolsonaro.
ALEX SOLNIK ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)