UM JÁ FOI…OUTRO VAI JÁ IR…

CHARGE DE MIGUEL PAIVA

Não há dúvida que Jair Bolsonaro se espelhou em Donald Trump na campanha presidencial de 2018.

Copiou a sua arrogância, a sua intolerância, a sua obsessão pela mentira, seu baixo calão, sua xenofobia, machismo, supremacismo, egocentrismo, desprezo pelo próximo.

O seu flerte com o fascismo.

Copiou dele a paixão pela agressão, pela calúnia, pelas armas, a opção pela guerra.

Afinal, eleito dois anos antes apesar desse perfil desprezível, Trump estava no auge da popularidade.

Trouxe até Steve Bannon, o estrategista de Trump, para sua campanha.

Importou a sua estratégia de lavagem cerebral, disparando fake news pelo WhatsApp.

Alçado ao governo, Bolsonaro tomou Trump como sua bússola. Fez tudo o que o chefe mandou.

E conduziu dessa maneira os destinos do maior país da América Latina de 2019 até aqui, para espanto do mundo.

Mas os ventos mudaram em quatro anos. E o que já era intolerável devido aos abusos autoritários ficou insuportável com a eclosão da pandemia.

As urnas rejeitaram o abominável homem laranja.

Agora sem Trump para dizer o que deve fazer, Bolsonaro ficou sem chão e sem rumo. E sem saber como se comportar em relação à Venezuela, à China, à Europa, ao meio-ambiente, à vacina.

Ficou, como o José do poeta, sem discurso.

A sua reeleição também periga porque ele perdeu seu maior aliado – o homem mais poderoso do mundo –, ficou patente que ditadores não duram muito tempo nos países que prezam a liberdade e a oposição se deu conta de que autocratas podem ser derrotados nas urnas, desde que ela se una em torno de um candidato só e que este tenha perfil moderado e conciliador.

Se Bolsonaro continuar na trilha de Trump, raivoso, autoritário e egocêntrico, seu futuro é previsível: um já foi… outro vai já ir…

ALEX SOLNIK ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)

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