A EXTREMA FRAGILIDADE DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO

Agência Brasil

A recuperação da economia via emprego será difícil. Nas últimas semanas, houve alguma recuperação em alguns setores da indústria, mas em número insuficiente para uma reversão mínima do mercado.

Vamos a uma leitura um pouco mais detalhada sobre os indicadores de desemprego.

A População em Idade de Trabalho é de 174.6 milhões de pessoas.

Desse total, 95,4 milhões, ou 54,7%  compõem a População Economicamente Ativa (PEA), aquelas entre 10 e 65 anos em condições de trabalhar.

Na Força de Trabalho houve uma diminuição de 10,6 milhões em relação a fevereiro, início da pandemia..

81,7 milhões de pessoas, ou 85,5% da PEA, estavam empregadas. Mas 13,8 milhões, ou 14,5% da PEA, estavam desempregados. Em apenas um mês, portanto, o contingente de desempregados aumentou em 1.4 milhão de pessoas.

Além dos 13,8 milhões de desempregados, outros 79.1 milhões  = 13,2 milhões a mais do que em julho – estavam fora da força de trabalho, isto é, sem trabalhar nem procurar emprego.

Se juntar desempregados e fora da força de trabalho, são 92,8 milhões de pessoas, um aumento de 14,7  milhões de pessoas em relação a fevereiro.

A composição do emprego

Na comparação com fevereiro, percebe-se que em apenas dois setores houve equilíbrio no emprego: na agricultura o número de empregos baixou de 8,4 milhões para 8,2 milhões e na administração pública, com os números ficando em 16,2 milhões.

Nos demais setores, o emprego caiu. A maior queda foi no comércio, com 2,7 milhões a menos de emprego. Mas também Alojamento e Alimentação com menos 1,9 milhão e outras.

Um dado relevante é o aumento expressivo no número de desalentados na economia – aqueles que, por alguma razão, nem se animam a procurar emprego. Saltou de 4,2 para 5,4 milhões de fevereiro a agosto.

A subocupação também deu um salto expressivo. Por subocupação entenda-se aqueles que trabalham em bicos, em apenas um pedaço do dia, por falta de oportunidades. Saltaram de 23.5 milhões para 30,2 milhões

Por tudo isso, a recuperação da economia via emprego será difícil. Nas últimas semanas, houve alguma recuperação em alguns setores da indústria, mas em número insuficiente para uma reversão mínima do mercado.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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