Ao que querem entender a relação entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, sugiro a leitura, na Wikipedia mesmo, do verbete mutualismo. Sim, o termo biológico, este mesmo.
Descrevem-se ali os tipos de associação de duas espécie, entre eles : o mutualismo obrigatório, que “ocorre quando as formas de interdependência fisiológicas são necessárias, e sua separação pode acarretar um desequilíbrio metabólico em ambas espécies ou levá-las a morte súbita e o mutualismo facultativo, em que não se “causa nenhum tipo de desequilíbrio caso as vantagens obtidas forem dispensadas”.
Bolsonaro e Moro estão, claramente, no primeiro tipo e só passarão ao segundo quando um dos dois conseguir ser forte o suficiente para não perder nada se dispensar as vantagens obtidas do outro.
O processo de redução de estatura sofrido por Moro com o caso Intercept não traz prejuízos senão a ele, pois que Bolsonaro e seus admiradores não têm nenhuma regra de comportamento que tenha sido violada, são mesmo do “vamos fuzilar a petralhada”.
O que é uma armação judicial perto de um fuzilamento, não é?
A perda de Moro, ao contrário, é a perda dos que o bolsonarismo já havia perdido ou nunca havia conquistado.
Como indicavam as pesquisas, o ex-juiz tinha mais que o bolsonarismo na sua mochila e era com ela que, podendo, seguiria a escalada rumo à Presidência, torcendo para que, adiante, algo fizesse o ex-capitão “baixar enfermaria” política.
Ocorreu o contrário, para dizer o menos, porque não se sabe ainda o que mais virá das reportagens de Glen Greenwald.
Não se espante, portanto, com que o presidente dê apoio público a seu ministro.
Nobres acovardados são a exaltação do rei.
Moro, que já era pusilânime por seus planos de poder, agora terá de ser mais ainda, por sua própria sobrevivência.
Vai passando do primeiro para o segundo tipo de mutualismo com o “Mito”.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)