Vejam os números da enquete feita pela revista Crescer. Não é o mais importante haver uma grande maioria de pessoas lúcidas, o caso é que os 15% de inconscientes podem provocar danos a pequenas pessoas que não têm culpa de terem pais irresponsáveis.
A sociedade tem o dever de proteger aqueles que não podem se defender. Mesmo que seja defenderem-se de seus “bolsopais”:
Em enquete realizada pelo Instagram, CRESCER perguntou a pais e mães se eles são a favor da mudança. No total, foram 3.047 respostas, sendo que 85% foram contra e 15% a favor. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o não uso da cadeirinha é um dos principais fatores de risco no trânsito. Um estudo observacional realizado pela Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito, John Hopkins e Universidade de São Paulo mostrou que, mesmo com a lei atual, 47% dos condutores ainda deixam de usar a cadeirinha no transporte de crianças, só em São Paulo.
Infelizmente este número deve ser ainda maior do que os 15% daenquete, porque ainda resta certa vergonha em se proclamar selvagem abertamente. Uma espécie de “votei no Amoêdo” da segurança no trânsito.
Antonio Prata, na Folha, hoje, é certeiro:
Tirar a multa para quem não leva criança na cadeirinha, dobrar o número de pontos para se cassar a CNH, acabar com radares nas rodovias e outras propostas que Bolsonaro tem feito não são fruto de uma mentalidade de direita ou liberal, mas de uma visão de mundo anticivilizatória.
Bolsonaro não é especificamente contra a lei que impõe multa contra quem não usa a cadeirinha, ele é contra lei. Ou melhor, contra qualquer lei que incida sobre as liberdades de pessoas como ele.
E tendo em vista que “motorista” é uma categoria fundamental na identidade de pessoas como ele, quer manter o Estado longe de seus para-choques. É #meucarrominhasregras e dane-se quem estiver pela frente. Trata-se de uma visão tão doente que, entre a liberdade do motorista e a vida de uma criança, fecha com o motorista.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)