Enquanto centenas de pessoas gritavam “Tu odio no es bienvenido aquí”, na Plaza de Mayo, Jair Bolsonaro, na sua ânsia de “ajudar” Maurício Macri deixou desencavar-se a ideia de uma moeda única Brasil-Argentina, um tal “peso real”.
Velho sonho do Mercosul, inspirado no Euro da União Européia, a moeda única é, neste momento, uma completa inviabilidade para ambos os países.
A razão é simples: se o nosso câmbio anda nervoso, o argentino é desastroso. O peso está na sua mais baixa cotação da história ante o real, quase a 12 por 1, mais que o dobro do que era há dois anos.
Qualquer tipo de paridade que se encontrasse hoje para a unificar a moeda não apenas achataria para sempre a moeda argentina como eternizaria nossas dificuldades de exportar para o país vizinho.
Todo mundo sabe disse e o comunicado do Banco Central mostra que a conversa é mero ‘factóide’: na Folha, a autoridade monetária brasileira afirmou, em nota, que “não tem projetos ou estudos em andamento para uma união monetária com a Argentina”.
Mas, em off, a comitiva brasileira permitiu que se plantasse a notícia, afinal algum projeto para tirar a economia portenha do buraco, ainda que puramente publicitário.
Que “deu ruim” entre a opinião pública argentina, que sabe bem que se arruinaria com uma medida deste tipo nas atuais circunstâncias. De quebra, deixou paraguaios e uruguaios atônitos, por que não receberam o convite, mesmo falso, para o casamento monetário.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)