A CEF perde, porque a recuperação judicial interromperá qualquer negociação bancária. E obrigará o banco a deságios vultosos para o comprador que se apresentar.Por Luis Nassif -05/06/2019 Compartilhar
O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Pedro Guimarães quer terminar o que a Lava Jato começou: a destruição final da engenharia nacional. Só por aí se entende sua posição de obrigar a Odebrecht a recorrer à recuperação judicial. É uma estratégia que terá apenas um beneficiário: o grupo que vier a adquirir a empresa.
Trata-se de um processo semelhante ao da compra da Abril. Os compradores adquiriram a empresa por valor simbólico. Depois, renegociaram com os bancos credores deságios de 90% e pagamentos a perder de vista.PUBLICIDADE
É a mesma tacada que parece estar em curso, da parte de Guimarães.
A Odebrecht será condenada ao desaparecimento. Com a recuperação judicial, não terá mais acesso a contratos públicos.
A CEF perde, porque a recuperação judicial interromperá qualquer negociação bancária. E obrigará o banco a deságios vultosos para o comprador que se apresentar.
Perde a engenharia nacional com a desestruturação final de uma das maiores firmas de engenharia.
Ganhará apenas o comprador – estrangeiros, sem dúvida – que adquirirá a empresa na bacia das almas, e com suas dívidas sob a proteção da recuperação judicial.
Será mais um grande negócio montado sob o guarda chuva do combate à corrupção.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)