Já a indústria de transformação é o setor com maior impacto no ritmo da economia. Pelo gráfico percebe-se uma queda substância na indústria de transformação, com uma recuperação insuficiente para voltar ao nível anterior.
Houve alguma comemoração pelos resultados da indústria brasileiro em junho, medido pela Pesquisa Mensal da Indústria do IBGE. Houve comemoração por um avanço de 8,9% da indústria em relação a maio.
A estatística é um biquini que mostra tudo menos o essencial, dizia o sábio Roberto Campos. De março em diante ocorreram quedas substanciais da atividade industrial Em junho houve uma recuperação em relação a maior, mas claramente insuficiente para compensar as quedas anteriores.
No gráfico abaixo mede-se o comportamento da indústria desde 2015, dividido entre indústria de transformação e indústrias extrativas. Indústrias extrativas – mineração e outras atividades primárias – tem baixo impacto na geração de emprego ou no nível de atividade. Já a indústria de transformação é o setor com maior impacto no ritmo da economia. Pelo gráfico percebe-se uma queda substância na indústria de transformação, com uma recuperação insuficiente para voltar ao nível anterior.
Aqui, o desempenho mensal da indústria.
Quando se usa a média trimestral móvel, o quadro fica mais claro. Pelo gráfico fica claro a ausência de qualquer sinal de recuperação da indústria.
Uma maneira mais clara de medir os efeitos da pandemia é comparar o nível da indústria em março e em junho. Pelo gráfico há alguns avanços interessantes, como o setor de bebidas (+26,5%), níveis (+15%) e medicamentos (+12,9%). Na outra ponta, quedas acentuadas na fabricação de veículos (-35,6%), vestuários e acessórios (-23%).
O quadro abaixo mostra as dez maiores quedas no mês, em 12 meses e em relação aos índices de 2012.
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Nos próximos meses, a recuperação dependerá dos seguintes fatores.
1. O nível de desemprego, que continuará elevado.
2. A manutenção da renda, hoje em dia muito dependendo dos empregos no setor públicos, mas com a ameaça da crise fiscal de estados e municípios.
3. A enorme dificuldade em amparar as pequenas e micro empresas, que estão morrendo na mesma velocidade das vítimas com CPF.
4. Os bloqueios ideológicos de Paulo Guedes, em ampliar os gastos públicos como motor da recuperação da economia.
5. Os impedimentos para que as empreiteiras autuadas pela Lava Jato possam voltar a contratar com o setor público, reduzindo a capacidade da engenharia nacional.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)