OS ERROS DOS ECONOMISTAS COM A CURVA DO COVID-19

Abriram-se os shoppings e o público não compareceu. Reforça a tese de que a recuperação da economia só terá início depois da vitória final contra o Covid-19.

A explosão da Covid-19 veio acompanhada, pela primeira vez, de abundância de dados estatísticos globais. Estatísticas mundiais, nacionais, regionais espocaram por todas as partes dentro do modelo de dados abertos, permitindo seu uso de maneira disseminada.

Esse quadro estimulou economistas a tratar os dados. Montaram planilhas, desenvolveram gráficos, fizeram combinações – como, aliás, o GGN tem feito diariamente. Mas não basta conhecer planilhas e cruzar números. Há um conhecimento especializado que tem que ser assimilado, através das análises de infectologistas.

Esse foi o erro central de muitas consultorias. Como se trata de um fenômeno novo, pela abrangência, ponto relevante seria a capacidade de analisar a realidade, o comportamento social frente à pandemia, e não apenas se prender à análise das estatísticas sem maior conhecimento de causa. Muitos deles ignoraram as análises dos verdadeiros especialistas, os infectologistas.

No início da pandemia, o Ministro da Economia Paulo Guedes invocou os altos trabalhos estatísticos do Banco Central, com conclusões temerárias. Segundo os estudos, o rebaixamento da curva do Covid, para dar tempo para estados e cidades se prepararem, estenderia o prazo de recuperação da economia. Ou seja, quanto mais rápido se atingisse o pico do Covid, mais rápida seria a recuperação.

Na época, epidemiologistas, com base na análise do que havia ocorrido com os primeiros países afetados, especialmente França e Itália, advertiram: a flexibilização apressada do isolamento produziria uma explosão de casos e óbitos, levando a própria população a exigir um tratamento ainda mais rígido para o enfrentamento da doença.

Dias desses, o economista Affonso Celso Pastore foi conferir, na prática, esses princípios. E constatou que, em áreas mais afetadas, a abertura da economia resultou em menos público no comércio e nos shoppings.

Os resultados do comércio na cidade de São Paulo atestam o acerto dessa conclusão. Abriram-se os shoppings e o público não compareceu. Reforça a tese de que a recuperação da economia só terá início depois da vitória final contra o Covid-19.LEIA TAMBÉM:  O CUSTO BRASIL DO JORNALISMO ECONÔMICO E DOS ANALISTAS DE MERCADO, POR LUIS NASSIF

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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