QUASE UM MORTO POR MINUTO – E VAI PIORAR

CHARGE DE AROEIRA

Na tarde desta terça-feira foi oficialmente informado que o número de vítimas fatais de um dos vírus malditos que nos assolam, o coronavírus, em 24 horas havia ceifado 1.179 vidas. E que o número de contaminados chegou à casa dos 271.628.

Isso significa que de um dia para o outro foram quase 50 mortos por hora. Quase um por minuto. E que o total de contaminados chega muito perto da população daqui de Petrópolis, onde estou há dois meses e quatro dias.

Foi também uma jornada de anúncios importantes no ministério da Saúde da outra peste que nos devasta, o bolsonavírus.

O ocupante interino do cargo, Eduardo Pazuello, que é general fardado e não empijamado, ou seja, é da ativa e não da reserva, nomeou nove assessores para cargos de relevo na estrutura ministerial.

Nenhum dos nove é médico. Nenhum dos nove conhece a estrutura da saúde pública brasileira ou o que resta dela. Todos são militares.

Nem na ditadura se viu coisa semelhante. E, vale reiterar, Pazuello ocupa o cargo interinamente. Se e quando Jair Messias escolher algum médico que aceite se unir ao seu projeto genocida, terá ele como catapultar os militares e trazer de volta seus colegas de diploma para o ministério?

Também na mesma tarde Jair Messias tornou a deixar claro que a frase de um querido amigo meu – ‘tem limite para tudo nesta vida, até para saque em caixa eletrônico’ – foi atropelada para sempre.

Com seu humor de cafajeste e seu desprezo pela lógica, lançou uma frase que deixa claro, uma vez mais, o seu nível moral: ‘Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma tubaína’.

Não se trata apenas de reiterar pela enésima vez seu desprezo olímpico pela ciência, a lucidez e a lógica: é apenas uma nova e reforçada mostra do grau da sua irresponsabilidade criminosa.

Jair Messias encontrou num general da ativa, Eduardo Pazuello, o cúmplice esculpido em ouro para sua iniciativa criminosa: impor no protocolo da saúde pública a aplicação, assim que apareçam sintomas iniciais da doença, de uma droga que, de comprovado, tem apenas o perigo de provocar reações bilaterais que podem levar à morte. Que só pode ser aplicada como último e desesperado recurso, e ainda assim com o paciente assistido em seus batimentos cardíacos.

Teoricamente, os médicos do serviço público podem optar entre aplicar ou não a cloroquina em pacientes com primeiros sintomas.

Mas quem ousará, na saúde pública, não obedecer ao que dita o general interino? Como driblar as pressões do bando de militares que se apoderaram da estrutura do ministério da Saúde?

Está definitivamente comprovado que não há um único programa efetivo e eficaz de combate à pandemia. Que a única coisa levada em conta é o primarismo assassino do psicopata Jair Messias.

Está definitivamente comprovado que há um número muito significativo de militares fardados e empijamados dispostos, com sua omissão e cumplicidade, a desmoralizar mais e mais a imagem das Forças Armadas diante não só da parte lúcida da opinião pública, mas da história.

Está definitivamente comprovado que a falta de qualquer medida capaz de expurgar esse outro vírus assassino, o bolsonavírus, faz da inércia de quem poderia agir a mesma cumplicidade de quem cerca o boçal presidencial.

Nesta terça-feira de horror foram 1.179 mortos.

Resta tentar sobreviver nesse clima de horror, evitando a todo custo não pensar em quantos serão hoje. E amanhã. E semana que vem.

ERIC NEPOMUCENO ” BLOG 247″ ( BRASIL)

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