Os próximos meses marcarão uma explosão na morte de pessoas e de empresas. E não há sinal de vida inteligente em nenhum escaninho do governo Bolsonaro.
Os dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos) mostram o mercado virtualmente parado em abril. Em relação a abril do ano apssado houve uma queda de 79,1% no licenciamento de automóveis, de 99,7% na produção e de 78,5% na produção.
É importante notar que o setor já vinha perdendo gás desde fevereiro de 2018, quando o arrocho fiscal do governo Temer já estava em andamento, assim como a flexibilização da legislação trabalhista. A linha cinza marca comportamento de curto prazo do setor, mede a variação dos últimos três meses e antecipa os dados anuais. Pelo que se observa na ponta, há uma queda acentuada no licenciamento, principal indicador do mercado interno.
As exportações começaram a cair mais cedo, no final de 2017, especialmente devido à crise do mercado argentino, maior importador de automóveis brasileiros.
Com exportações e licenciamento interno em queda, a produção despencou. As curvas mostram a variação no acumulado de 12 meses. À medida em que entrem novos meses de isolamento e saiam os anteriores, a queda se tornará mais acentuada.
Ainda assim, os cenários futuros continuam incertos devido à falta de informações sobre o teto da doença e o fim do isolamento. O Banco Central começa a trabalhar com uma projeção de queda do PIB superior a 5%. O novo cálculo obrigará a uma revisão do orçamento, reduzindo ainda mais os recursos da União.
Nesse quadro, o Ministro da Economia Paulo Guedes continua preso aos dogmas monetários e fiscais. Os recursos que o BNDES deveria disponibilizar para pequenas e médias empresas, assumindo a parte maior do risco de crédito, sequer foram liberados.
Os próximos meses marcarão uma explosão na morte de pessoas e de empresas. E não há sinal de vida inteligente em nenhum escaninho do governo Bolsonaro.
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LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)