O mercado financeiro recebeu de forma reticente o conjunto de atos pró-bolsonaro, ontem.
Nenhuma alteração substancial de humor está sendo registrada.
E o humor, como atesta uma pesquisa da XP divulgada hoje, é bem ruim.
A aprovação do desempenho do governo Jair Bolsonaro caiu para índices teméricos de aprovação: 14%. Enquanto isso, a avaliação de que o governo é ruim ou péssimo no seu desempenho econômico subiram a 43%, quando era de meros 3% quando foi apresentada a proposta de reforma da previdência.
A mobilização bolsonarista que se anunciava não inverteu as expectativas dos bancos de que a economia seguirá ladeira abaixo: pela 13ª vez consecutiva – agora para 1,23% – rebaixaram as expectativas de crescimento do PIB, lentamente se aproximando do que todos esperam, de fato – algo entre 0 e 1%.
Ao que parece, o mercado “precificou” a continuidade da crise e dos impasses entre Jair Bolsonaro e o Congresso.
O que significa, provavelmente, que Rodrigo Maia tem espaço para reagir ao atropelamento.
É o caminho que lhe resta. O insuspeito Reinaldo Azevedo, hoje, pergunta em seu blog:
“(…)se, hoje, precisando desesperadamente do Congresso, Bolsonaro o trata aos chutes, por que passaria a tratá-lo com mais urbanidade depois? Se Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e principal aliado pró-reformas, está sendo há dias demonizados pelos organizadores do protesto que o presidente convocou e incentivou, por que o tratamento mudaria quando o mandatário se sentisse menos dependente do Congresso? Se Bolsonaro, precisando muito do Congresso e do Supremo, canta, depois de realizado, as glórias de um protesto que malhou abertamente o tribunal, o presidente da Câmara e até o vice-presidente da República, o que há de fazer quando a reforma for aprovada?
O tempo – e não a oposição à PEC da reforma, que o colocaria como “herege” – é a arma possível para Maia.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)