Consternação e perplexidade, esse é o clima entre os generais do Planalto neste momento.
Os militares consideraram “gravíssimas” as revelações do agora ex-ministro Sergio Moro sobre as tentativas presidenciais de interferir na Polícia Federal e obter informações a respeito de inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal.
Nas palavras de um assessor militar do presidente, o pronunciamento de Moro selou “o fim das ilusões, inclusive as nossas”.
No ano passado, Bolsonaro havia decidido demitir Sergio Moro, pelos mesmos motivos que o fizeram se livrar agora do ex-juiz: o ministro era um empecilho para que ele pudesse controlar a Polícia Federal.
Na ocasião, o presidente foi demovido da ideia pelo general Augusto Heleno: “Se você demitir o Moro, o seu governo acaba”.
Heleno se referia à inevitável perda do apoio do eleitorado que votou em Bolsonaro baseado na sua promessa de combate à corrupção. Mas se referia também ao risco de o ex-capitão ser abandonado pelos militares — da reserva e da ativa, em sua imensa maioria lavajatistas e defensores fervorosos de Moro.
O vaticínio do general se deu no ano passado.
Mas, tanto entre o eleitorado de Bolsonaro quanto entre os militares, as condições não mudaram.
THAIS OYAMA ” SITE DO UOL” ( BRASIL)