VAZIAS OU CHEIAS, AS RUAS HOJE SÃO UM PROBLEMA PARA BOLSONARO

CHARGE DE NANI

Chegou o dia da exposição do “bolsonarismo-raiz”.

Hora de mostrar se à algazarra virtual que promovem, com ou sem o auxílio de robôs cibernéticos, corresponde igual quantidade de pessoas reais, furiosas e ensandecidas, a gritar em defesa do “mito”, ainda que pífio seu desempenho desde que assumiu o trono.

E é curioso que, neste desafio, tudo seja derrota para seu projeto de, com os atos de hoje, acumular poder para seu projeto de tornar-se mais forte diante daqueles a quem pretende submeter.

A equação é paradoxal: ruas vazias, apenas com grupos, ou mesmo aglomerações de proporções modestas são derrotas óbvias, claro.

É a tendência, ao menos até onde a percepção política razoável de tanto grupos, aliados até há pouco, pulando do barco do pirata que assaltou o poder. A dissensão é o traço mais marcante entre eles e a radicalização de posições, a muito custo contida, não contribui para que ocorra o que já não ocorria quando Bolsonaro virou favorito nas eleições.

Da mesma forma, não há mais o entusiasmo da mídia a buzinar que “famílias inteiras vêm aproveitar o domingo de sol na Avenida Paulista”, que se repetia a cada manifestação “coxinha”. Não é mais um programa de “bacana” vestir a camiseta da seleção, produzir-se com maquiagem e contribuir para “espantar o comunismo” ao lado dos impropérios de Olavo de Carvalho, o aparelho excretor da Filosofia.

Mas, como lógica e racionalidade são coisas que andam falhando no país, o que acontecerá se as ruas, ainda que de forma modesta, encherem-se de gente masoquista ao ponto de defender a recessão, a ditadura e a cassação de seus próprios direitos, posto como está o apoio à reforma da Previdência.

Não se descarte a possibilidade, por irracional, porque os ódios, o fanatismo e o espírito de seita estão aí mesmo, ainda muito vivos.

Bolsonaro estará mais forte? Sim, no sentido de dispor de forças próprias, mas não no sentido de com isso reaproximar os aliados de que precisa para governar.

Terá presas a mostrar e falta a seus aliados, a esta altura, a confiança de que elas são inofensivas para eles.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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