Não, não é o Beco das Sardinhas, no Centro do Rio, local de chopes fantásticos e do “frango marítimo”, apelido dado às sardinhas fritinhas à portuguesa.
É o dia de tomar dinheiro da turma dos “achei que a coisa ia” que puseram suas economias em fundos de ações, compradas “bem baratinho”, depois da pancada de ontem.
O “cidadão de bem”, da classe média, que achou que todo mundo saía rico do cassino, foi, segundo informa o Valor, responsável por levar número de CPFs cadastrados da Bovespa a saltar de 813,3 mil para 1,9 milhão de contas.
A quase totalidade é de gente que acha que é rica – não, não é, este é que é um país de miseráveis – e que, por não ter volume para diversificar investimentos pôs o que tinha na cesta da galinha dos ovos de ouro.
O pior é que uma parte volta, atraída por movimentos de “recuperação” tão óbvios e enganosos quanto os que estão acontecendo hoje.
Preferem não ver o evidente – que a crise mundial está “superestimada”, como diz Bolsonaro e que “a gripe mata mais”, como fala Donald Trump, sem ver que a economia é humana, mas não é humanitária.
Porque é humana, sofrerá os efeitos prolongados desta pandemia.
Porque não é humanitária, sacrificará, como o vírus, preferencialmente os mais fracos e indefesos.
Além os imprudentes, é claro.
PS. Leio agora em O Globo que o ex-ministro Mendonça de Barros, muito vivido em matéria de tretas econômicas, diz que o investidor “novato” “sai da Bolsa e não volta nos próximos dez anos”. Vai largar a “arminha”, também?
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)