Há mais de um mês que qualquer pessoa sensata sabe que o coronavírus tinha tudo para se tornar uma pandemia, embora a Organização Mundial de Saúde, com medo e colocar lenha na fogueira da economia, não a declare assim.
O Brasil tem uma estrutura e protocolos médicos que sabiam compreender isso e se mobilizarem para uma chegada da doença ao Brasil, como parece ter acontecido.
No entanto, o presidente da República, no seu pronunciamento em rede de televisão, deu a impressão de estar aparecendo ali por aparecer, a fim de não se mostrar omisso, apenas.
De providências práticas, nenhuma informação se deu, senão o apelo a união (logo de quem!) e à providência divina.
Aliás, a “solidariedade” do sr. Bolsonaro em relação aos que são ameaçados pelo coronavírus ficou bem clara quando ele se recusava a trazer de volta brasileiros presos na China e só o fez depois de intensa reação pública.
Gastou-se uma fortuna em propaganda da reforma da Previdência e não há uma campanha, que nem precisaria ser paga, por utilidade pública, para ajudar a identificar os sintomas e a procurar orientação médica.
Não há pânico entre a população – ainda – mas o presidente da República não cumpriu seu primeiro dever, que era o de dar informação e orientação.
Não e colocou – mesmo que fosse como uma cartela sobre as imagens, a informação de que há um aplicativo – que relatos apontam como muito bem feito – do Ministério da Saúde, com esclarecimentos e atitudes a tomar diante da doença. Pusesse o seu exército e robôs e zumbis a disseminá-lo
Apelo à união é apenas uma bobagem ou uma “casquinha” política que Bolsonaro tira, talvez para não ser criticado por deixar o país para um encontro meramente promocional com Donald Trump.
Mas, do jeito que a coisa anda, parece já ser muito Bolsonaro não ter feito mais uma de suas “gracinhas” sem graça.
FERNANDO BRITO ” TIJOLAÇO” ( BRASIL)